Santa Aliança: Servico de Inteligência do Vaticano
(KADU)
Em 1566, o Papa Pio V criou o primeiro serviço de inteligência papal com objetivo de lutar contra o protestantismo representado pela Rainha Isabel I, da Inglaterra.
Menos de um ano após a criação da Santa Aliança, quase duzentas mil pessoas sofreram com suas atividades de investigação, tortura e morte, articuladas em conjunto com a Santa Inquisição.
A primeira grande função da Santa Aliança foi o desenvolvimento da aliança com a rainha católica Mary Stuart, da Escócia, e também a realização de ações encobertas para coletar informações que poderiam ser utilizadas contra a Rainha Isabel I, que poderiam constituir uma intriga para derrubar a mesma e colocar a rainha Stuart no poder, e assim neutralizar de vez o protestantismo inglês.
Podemos classificar as ações da Santa Aliança em períodos históricos, as quais se iniciaram com o objetivo de derrubar a Rainha Isabel I, mas com o passar do tempo foram direcionadas para a manutenção da fé, a neutralização de pessoas contrarias aos dogmas católicos e, principalmente, o fortalecimento do poder do Papa na terra.
Estas ações incluíam atender as necessidades da Inquisição e dos dogmas católicos, promover a expansão da igreja católica, facilitar os contatos internacionais da Santa Sé e apoiar a solução de intrigas entre os diversos Estados que formavam a Europa, além de dirimir intrigas entre príncipes e ditadores, realizar associações com terroristas e nazistas, utilizar a igreja como banco e, principalmente, neutralizar o avanço comunista no século XX.
A Santa Aliança esteve por trás de diversas ações de inteligência, no século XX, tinha estreitas relações com o Serviço Secreto Israelense (MOSSAD), por meio do Cardeal Luigi Poggi, que era considerado o espião de João Paulo II. Esta parceria ajudou o MOSSAD a desarticular um atentado contra a primeira ministra israelense Gola Meir durante uma visita à Itália.
Nestes séculos, diversas sociedades secretas atuaram em conjunto com a Igreja e dependiam totalmente da Santa Aliança, como o Círculo Octognus e a Ordem Negra. Também realizou diversas operações encobertas com o MOSSAD, CIA, MI5, MI6 e com o SIDE argentino. Todas as operações com um mesmo objetivo: combater o comunismo, o terrorismo árabe e, principalmente, qualquer um que pudesse interferir na doutrina da fé da Igreja Católica.
Uma das atuações mais polêmicas da Santa Aliança se deu durante a Segunda Guerra Mundial. Foi quando entrou em vigor a chamada Operação Convento, que ajudou na fuga de criminosos de guerra nazistas, entre eles o general da SS Hans Fischbock, o tenente-coronel da SS Adolf Eichman e o médico de Auschwitz Josef Mengele. O padre Karlo Petranovic e o bispo Gregori Rozman, notório antissemita, foram bastante ativos nessa época.
Durante o período da guerra fria, os anos finais foram mais intensos para a Santa Aliança, pois a ascenção do novo Papa João Paulo II e sua estratégia de propagar a religião para todos os confins do mundo iam ao encontro das ações da Santa Aliança. A propagação da fé católica de forma intensa na mídia, as ações para neutralizar o avanço do comunismo, além das medidas para combater o terrorismo internacional, foram situações da qual a Santa Aliança participou intensamente com a ¨mão secreta do Papa¨.
Hoje, em pleno século XXI, nada pode ser conhecido sobre o serviço de inteligência do Vaticano, ou a Santa Aliança, por uma razão simples: espionagem, poder, política e principalmente, religião não devem se misturar, mas com certeza sempre serão assuntos integrados na história da humanidade.
Conforme disse um dos mais poderosos chefes da Santa Aliança na metade do século XVII, o Cardeal Paluzzo Paluzzi, ¨se o Papa ordena liquidar alguém em defesa da fé, se faz sem preguntar. Ele é a voz de Deus, e nós a sua mão executora¨.
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