Kindergarten architecture: Space for the imagination
(Dudek)
Johann Heinrich Pestalozzi (Suiça, 1746 - 1827) - Valorização do ensino de um ofício, grande importância dada aos trabalhos manuais; - Percepção como princípio base de toda a aprendizagem; - Ensino do desenho com base na geometria elementar das formas dos objectos do quotidiano; - Valorização das actividades em grupo. Pestalozzi, tal como Rousseau, defendia que a educação da criança deveria estar em perfeita harmonia com a sua natureza, realçando, no entanto, a importância do professor enquanto orientador de todo o processo de aprendizagem. A sua proposta pedagógica era essencialmente uma proposta de educação popular, acreditava que a educação era o meio supremo para atingir o aperfeiçoamento individual e social. Defendia que todas as instituições educativas deveriam proporcionar um ensino mais democrático, sendo o seu principal objectivo integrar as crianças de recursos reduzidos na vida social. Considerava que a educação começava com a percepção de objectos concretos e, consequentemente, com a realização de acções concretas e reais onde os sentidos eram estimulados. Com efeito, a concepção do estabelecimento escolar estava muito ligada ao ensino do ofício, mais que escolas eram oficinas. Em 1774 fundou uma empresa de tratamento de algodão em Neuhof onde trabalhava com crianças pobres e órfãs com o objectivo de as ensinar a viver com o próprio trabalho, comprometendo-se a ensiná-las a ler, escrever e contar. Tendo esta primeira tentativa de fundar uma escola falhado, por questões económicas, em 1800 Pestalozzi abre o seu primeiro instituto educacional para crianças em Stans, sendo este mais tarde, em 1805, transferido para o Castelo de Yverdon que foi restaurado e adaptado às novas necessidades. Pestalozzi baseou os seus métodos pedagógicos em três elementos fundamentais: linguagem, número e forma; defendendo que as crianças deveriam descobrir os objectos através dos seus próprios sentidos antes de serem informados acerca do seu uso e origem. Trabalhos manuais e intelectuais eram alternados, sendo o princípio fundamental de todas as áreas de estudo a percepção. Tal como Rousseau, enfatizava a importância do desenho, no entanto, contrariamente a este, defendia que era fundamental atenuar a complexidade da natureza dividindo-a nas suas formas constituintes de modo a que o aluno pudesse identificar as geometrias subjacentes ao mundo visual. O seu método de ensino do desenho baseou-se, pois, na geometria elementar das formas, concentrando-se essencialmente em objectos simples do quotidiano. Valorizava ainda as actividades desenvolvidas no contexto do grupo de aprendizagem (contrariamente a Rousseau que defendia o ensino individual) e defendia que a escola deveria ser semelhante a uma casa bem organizada, pois o lar era a melhor instituição para a educação. Durante uns tempos Yverdon tornou-se o foco educacional de toda a Europa e as ideias de Pestalozzi foram seguidas internacionalmente por vários discípulos, sendo a sua influencia mais notória na América que na Europa. Segundo Mark Dudek, as teorias de Pestalozzi acerca do desenho podem ter influenciado alguns arquitectos como Le Corbusier, Ozenfant e outros seguidores do movimento racionalista e funcionalista, através do despertar do interesse pelas qualidades estéticas e formais de simples objectos do quotidiano, de geometria elementar, aos quais até então nunca tinha sido atribuído qualquer valor cultural.
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