O Discurso do Rio Amazonas
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Em que pese esta segunda
fase da “Era Vargas” ter se dado após eleições, e não como na ditadura do
Estado Novo pós Revolução de 1930, podemos sentir claro matiz nacionalista
naquele que ficou para história como “O Discurso do Rio Amazonas”, onde ele se
expressa nesses termos:
(Amazônia)
valeda promissão na vida do Brasil de amanhã. O vosso ingresso definitivo no
corpo econômico da Nação, como fator de prosperidade e de energia criadora vai
ser feito sem demora”.
(VARGAS, 1941, p.227).
Cabia, ainda dentro dessa
“cruzada desbravadora” do homem diante das grandes torrentes equatoriais deste “Inferno
Verde”, fomentar o “desejo patriótico de auxiliar o surto do seu desenvolvimento”.
Tratava-se, então, e ainda nas palavras de Vargas, da “mais alta tarefa do
homem civilizado: “conquistar e dominar os vales…transformando a sua força cega
e a sua fertilidade extraordinária em energia disciplinada”. À parte o óbvio
ufanismo, encontramos nesse discurso, inovadoramente, a semente para uma
cooperação internacional na Amazônia, presente na constatação de Vargas de que
“as águas do Amazonas são continentais”. Dessa forma, percebe-se que “podemos
reunir essas nações irmãs para deliberar e assentar as bases de um convênio que
ajuste os interesses comuns”, pois contamos com a “solidariedade que preside as
relações dos povos americanos, sempre prontos à cooperação e ao entendimento
pacífico”. Inserido na longa tradição de entendimento pacífico e de mediação da
diplomacia brasileira, este desejo de reunir as nações amazônicas, porém, não
sairia do campo das ideias até muitos anos mais tarde, com o Tratado de
Cooperação Amazônica, do qual falaremos posteriormente.
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