A hora do pesadelo
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Quem não se lembra desta velha e aterrorizante musiquinha cantada pelas criancinhas da Rua Elm? Freddy Krueger fez parte da adolescência de muita gente, e também tirou o sono da maioria. Nesta nova versão do serial killer lançada no ano passado, Freddy só assusta a si mesmo.Se quiséssemos separar as críticas e não fazer nenhuma comparação com o Freddy antigo, seria quase impossível diante das inúmeras diferenças.Freddy Krueger é um serial killer que mata pessoas enquanto elas dormem. E é justamente este o grande trunfo do terror: um assassinato que só pode ser vencido se você permanecer acordado. Esta ideia inicial de Wes Craven foi mantida pelo desorientado diretor Samuel Bayer. Nos extras contidos no DVD, Bayer explica o porquê das modificações que fez em Freddy, e justifica sua ação dizendo que a intenção era deixar o maníaco o mais real possível, deixando-o menos comediante e mais tenebroso. Portanto, Krueger não é tão divertido como o de Craven. Na saga dos nove filmes do assassino, ele é sarcástico, piadista e falante. Sempre tortura suas vítimas com um falatório antes de matá-las. O novo Freddy vai direto ao assunto, fala menos e mata mais. Algum sarcasmo aqui e ali, mas nada de muito empolgante. O Freddy de Bayer também ganhou uma pele que se assemelha a queimaduras reais. Isto resultou em um personagem plástico, com pouca mobilidade corporal e fala teatral. Nas inovadoras e interessantes cenas em que o velho Freddy matava suas vítimas, não conseguíamos distinguir, assim como elas, se estavam ou não sonhando. Samuel Bayer tirou o encanto destas cenas alterando as cores do fundo, tornando previsíveis as aparições de Freddy. A troca do eterno Robert Englund na pele de Freddy Krueger pelo também competente Jackie Earle Haley também tirou um pouco do viço do personagem. Englund atuou por nove vezes na pele de Freddy, e o tornou tão divertido, que acabávamos torcendo por ele. O Freddy engessado de Jackie Haley é ruim não por culpa do ator, e sim pelo roteiro fraco de Wesley Strick e Eric Heisserer, que primaram menos pelas falas e tentaram criar um novo tipo de terror adolescente, em que mais importante do que Freddy Krueger eram os personagens bonitos, maquiados e siliconados. Tanto que o personagem central do filme aparece pouco e sempre ofuscado por sombras ou gases de um esquisito porão cheio de canos.Carregando mal a alcunha de terror, A Hora de Pesadelo é totalmente chato e previsível. Em poucos minutos a personagem Nancy (Rooney Mara) está atrás de pistas para descobrir quem é Freddy Krueger, e usa como ferramenta diante da tecnologia de seu tempo um genérico do Google e encontra novas vítimas do maníaco. A cena que se segue depois disto é deplorável, de tão insossa.Diga adeus à nostalgia, e fique com os bons tempos do “bom” e velho Freddy de Robert Englund apenas na sua memória. Em meio a tantas tentativas de refilmagem, A Hora do Pesadelo foi uma das que não deu certo. Um tremendo desperdício.
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