O ser diferente
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O Ser Diferente
Autora: Marily
Dilamar da Silva*
A pior exclusão é aquela que se dá de forma implícita, que
se manifesta mais por atos do que por palavras.
Atos de sair de perto do diferente, de não compartilhar, ou
seja, eu não discrimino, mas também não convivo.
Talvez essa seja a forma mais cruel no que se refere as
relações humanas.
É impossível descrever a discriminação face a olhares,
atitudes e gestos.
Em se tratando de seres humanos, somos animais que vivem em
bandos, isso nos coloca como seres sociais.
O medo da falta de projeção, no bando, nos afasta das diferenças,
pois um quer se sobressair ao outro em qualidades e perfeições, que a sociedade
definiu como ser normal ou ser deficiente.
Portanto, o diferente por muito tempo foi um segregado da
sociedade, visto como empecilho para tal projeção.
Como se fosse atrapalhar o bando na caminhada para o
sucesso.
A discriminação implícita é, sobretudo, uma forma de ignorar
o outro em sua singularidade.
É uma maneira de excluir sem que ninguém perceba.
É uma forma de poder, portanto, uma agressão.
O bando, a tribo, seja lá como se defina, mostra-se sempre
em busca da perfeição, como se fôssemos seres projetados para acertar, para
chegar ao rio e beber a água primeiro que o outro, como bois.
Voltando à exclusão implícita, em se tratando de projeção, é
bem ao contrário do que o bando se comporta, porque conviver com o diferente
nos permite perceber as singularidades e nos aproxima mais de nossos
semelhantes.
A ideia de projeção do bando é equivocada e irreal.
Minimizar a discriminação é, sobretudo, o entendimento da
exclusão, porém a maquia e se entra num campo perigoso, o de fazer de conta.
Beber a água primeiro não significa projeção, o importante é
que todos bebam.
Projeção de seres humanos racionais e não de bois é a que se
dá de forma harmônica e com racionalidade.
Pode-se entender a sociedade diferente e as projeções
aceitáveis, desde que o poder de um não se sobreponha ao do outro, independente
das diferenças.
Em relação a Homem bando, o que importa é que manadas sejam
mutáveis e que rios e águas sirvam para todos.
Conviver e conhecer o diferente nos impulsiona a entendermos
os pensamentos, as expectativas do outro em sua totalidade com trocas e
dinâmicas potencializadoras.
Qualquer forma de poder sobre o outro é sobretudo uma forma
de desigualdade.
Igualar as possibilidades seria o mais adequado para chegar
perto do que se refere à inclusão.
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