Avenida Brasil: analise despretensiosa de uma novela
(Águeda Lemos)
Poderíamos eleger um só dos personagens para
analisarmos os aspectos sociais, éticos e
religiosos, e já teríamos muito o que comentar.
Vamos nos ater à atuação do autor, ou melhor, a
autoria, o pai da ideia que se coloca na suprema posição de senhor dos destinos,
um deus com liberdade e poder para criar, nomear, traçar, impor, mudar,
persuadir, moldar personalidades, parir, matar, forjar e muitos outros
infinitivos de verbos em todas
conjugações.
Que seria da ficção se o autor não pudesse brincar
de ser onipotente em sua obra! Afinal é uma brincadeira sem consequências...
Será?
A mídia televisiva detém o maior poder de
informação e formação de conceitos. Formadora
de opiniões, pelo seu alcance, é o maior instrumento de promoção de valores e transformação social até
o momento.
Numa
análise despretensiosa da novela,
podemos perceber uma ou outra abordagem político-social presente nas
entrelinhas do texto novelesco que conclame à reflexão, a um olhar delicado sobre
atitudes mais nobres de algumas personagens.
Todavia, fora das entrelinhas, está explicito
por exemplo, o aspecto ascensional de um
seguimento da sociedade que faz a motivação, a aspiração e alegria do povo, cuja imagem é exibida como estereótipo
de pouca escolaridade. É o personagem
simplório, que se deixa enganar e persuadir facilmente.
Em uma análise da obra sob o aspecto ético, moral
e educacional, não se notam a preocupação em passar exemplos de cidadania,
trabalho, estudo. As famílias desestruturadas não conseguem passar exemplos de
dignidade, de desejo de progredir por seu próprio esforço e trabalho. A ordem é levar vantagem, corromper ou
corromper-se.
A maioria das personagens têm desvio de caráter
cuja conduta não se podem apontar como
exemplo de retidão de comportamento.
Em
contrapartida, o uso das pesquisas de opinião, ausculta os sonhos da audiência. Sonho
este onde na novela, o maior embasamento é não malograr o inconsciente de
desejos da sociedade. As pesquisas indicam onde está a preferência do
telespectador. É uma medição constante em que a novela tem que elevar ao máximo
o índice de audiência. Afinal todos precisam garantir o seu pão ou... o caviar.
Cabe à família
usar então o crivo da censura e programar o que elegeu como
entretenimento saudável para si ou liberar geral sem entretanto, perder os
conceitos de modernidade e senso critico.
Aguardemos que o final da novela traga
recompensas a quem se manteve numa linha de conduta menos pior e que seja mostrado que o caminho
do bem é sempre a melhor opção.
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