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Campanhas Políticas em Excesso que Invadem Nossas Casas
(José Guimarães)

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Por mais incrível que possa
parecer, os candidatos agora ligam para a casa das pessoas para pedir votos. Considerando-se
que eles já têm os programas gratuitos de rádio e da televisão, compram espaços
em jornais, deveriam se contentar com esses meios de comunicação de massa. Sem falar
dos santinhos que entopem os bueiros das ruas por onde passamos.

Se aqui em casa houvesse tantos
eleitores quanto os folhetos que são despejados na entrada do portão, ainda se
justificava tantas propagandas de candidatos. Parodiando a propaganda do ar
condicionado que mostra o gato reclamando do calor, dá para falar também: Helooouo!
Alguém aí pode me ouvir? Ou melhor, alguém tem que fazer alguma coisa nesta
casa.

Bem, nesta casa nós fazemos. Alguém
precisa fazer alguma coisa nesta cidade. Na sua cidade. No nosso país. Pois dá
para imaginar que o país inteiro esteja num consumo exagerado de papéis para
imprimir folhetos, santinhos, cartazes e outros impressos. Sabemos que os donos
de gráficas estão rindo à toa. Os empregados nem sempre não, porque trabalham
em troca do mesmo salário de sempre. Sem direito a horas extras.

O curioso disso tudo é que dias atrás
um homem me disse que os políticos do Brasil ganham pouco. Tão pouco, segundo
ele, que quase ninguém quer ocupar esses cargos. De início, pensei que ele
estivesse de brincadeira – como diz o Neto, comentarista de futebol, da Band. Mas
logo descobri que ele falava a verdade. Isto é, pensava que falava a verdade. Mas,
para mim?

Afinal, se políticos ganhassem
pouco de onde viria tanto interesse em ocupar um cargo público. E mais: de onde
vem tanto dinheiro que gastam com panfletos, propagandas no rádio, na TV e
noutros veículos de comunicação. Ah, por falar em veículos, tem as propagandas
nos carros também. Para você ter uma ideia, interrompi este artigo porque o
rapaz do correio gritou lá fora e eu fui atender. Adivinha o que encontrei na
rampa?

Escrevo rampa porque aqui em casa
não tem escada, mas sim uma rampa íngreme que vem do portão. A casa em que moro
é a prova de bêbado. Pois se o coitado entrasse aqui à caráter viria parar aqui
em baixo, rolando pelo chão, claro. Mas, adivinha o que encontrei na rampa:
dezenas de santinhos de candidatos que nunca vi. Coleta desta manhã, porque a
de ontem à tarde rendeu dois jornais e mais umas dezenas de impressos.

Os jornais são vendidos em
bancas, mas acredito que esta semana estão vindo de graça, porque são bancados
pelos políticos. Ou seja, estão recheados de propagandas e ainda enriquecidos
com encartes. Mas, durante esta semana também, que o circo fecha porque está na
hora de recolher a lona e ir embora, pipocam ligações telefônicas.

Sim. O telefone toca e nós atendemos.
Brota uma mensagem rápida de alguém que grava sabendo que o ouvinte não tem
tempo de ouvir muitas palavras. Aliás, acho que de tão acostumados a falar no
minuto que tem nos programas da TV, os políticos aprendem a ser breves no
telefone. Ou talvez seja porque esse tipo de propaganda seja mais caro do que os
outros.

Claro que o lucro todo vai para
as operadoras de telefones. Aos consumidores resta o ato de atender, detectar a
origem da ligação – aqui em casa não tem bina – e desligar o telefone. Mas, você
pode se irritar: Está reclamando por quê? Porque alguém tem de fazer alguma
coisa. Alguém tem de tomar alguma providencia. Afinal, deixamos de atender ligações
telefônicas. Porém, cobramos o direito que temos de atendê-las. Isto porque
somos nós quem pagamos a conta.

A vizinha da direita chegou agora
em casa e reclamou:

- Jogaram mais papéis aqui na
escada. – A casa dela tem escadas.

- Povo bobo – risos – continuou ela.
– Esse povo não tem o que fazer e fica jogando papéis na casa dos outros.

Lembrando-lhe que ontem à noite
ela lavou a escada inteira, reclamando dos papéis que grudam no chão.

Essa mania doentia tem de acabar.
Não sabemos quando, mas tem!

P.S.: Escrevo este desabafo como
um náufrago que coloca uma mensagem dentro de uma garrafa, esperando que um dia
lhe chegue a resposta.



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