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A Guerra do Contestado
(KADU)

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No ano de 1900, começaram chegar à
região do Contestado as primeiras empresas de colonização. A Brazil Railway, do
americano Percival Farquhar, o mesmo da Madeira-Mamoré, em Rondônia, se
instalou no local para abrir a estrada de ferro São Paulo-Rio Grande, que
cortava a área do Contestado.

Para realizar a obra, ele recebeu
do governo o direito de explorar uma faixa de até 15 quilômetros de terra para
cada lado da linha férrea e, para tal, começou a expulsar os posseiros. Para
trabalhar na ferrovia, foram levados para a região cerca de oito mil homens, provenientes
do Rio de Janeiro e de Recife que, uma vez concluída a obra, se juntaram ao
exército de miseráveis locais.

Essas pessoas começam a se aglutinar
em torno da figura do curandeiro José Maria, no município de Curitibanos/SC.
Ele era muito conhecido por seus poderes de cura. O ajuntamento começou a
incomodar os governantes, e José Maria decidiu sair dali. Com um grupo de
apenas 40 pessoas, seguiu para o município de Palmas, no Paraná, cruzando a
área do Contestado, num gesto que autoridades paranaenses interpretaram como
uma invasão catarinense.

A polícia do Paraná cercou o grupo e deflagrou
o primeiro confronto da Guerra do Contestado. José Maria foi morto neste
enfrentamento e rapidamente santificado pela população local, que dizia ser ele
herdeiro de um outro "monge", o italiano João Maria, que andara pela
região décadas antes.

O governo federal achou que o
problema estava liquidado, mas, na verdade, a população aguardava pela
"volta" de José Maria No final de 1913, Teodora, uma menina de 11
anos, conhecida como uma das virgens que acompanhavam José Maria, começou a ter
sonhos com ele, nos quais ordenava que todos voltassem a se reunir na região.

O chamado acabou atraindo vários
grupos de descontentes e miseráveis locais, desta vez conscientes de que desafiavam
as autoridades. Formou-se a primeira cidade santa, chamada de Nova Jerusalém,
onde todos viveriam em um regime baseado em laços de solidariedade e igualdade. As
loas à Monarquia começaram a incomodar seriamente a República - proclamada
apenas alguns anos antes, em 1889. O Exército começou então a enviar tropas à
região para combater "os fanáticos". Os camponeses cortavam o cabelo
bem rente e se chamavam de "pelados", em oposição a seus inimigos, os
"peludos".

Conforme aumentava a repressão,
os camponeses se dispersavam e se reagrupavam em outras cidades santas, que se
multiplicaram por todo o planalto de Santa Catarina, numa área de mais de 20
mil quilômetros.

O perfil dos chefes também foi
mudando, passando de religiosos para as chamadas lideranças de guerra. Entre outros
grandes líderes do movimento, destacou-se uma outra virgem, Rosa Maria, que
também recebia instruções do além, mas chegou a assumir a liderança militar de um dos
grupos, de seis mil homens. Outro líder foi Adeodato, um dos últimos grandes
chefes de todas as cidades santas.

Em 1915, chegaram à região sete
mil soldados do Exército (metade do efetivo militar total do país), comandados pelo
General Setembrino de Carvalho. Em três meses, eles conseguiram destruir Santa
Maria, a maior das cidades santas, com mais de 20 mil habitantes, e, logo
depois, outras vilas menores que ainda resistiam.

Foi a primeira vez que o Exército
brasileiro usou aviões numa campanha militar - embora o objetivo tenha sido
apenas de mapear a região. A fase final do conflito ficou conhecida como
"açougue", porque muitos sobreviventes já rendidos foram degolados pelos
chamados vaqueanos civis, os capangas dos coronéis.



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