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Os jovens e a leitura
(Michèle Petìt)

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A leitura desse livro, a mais rápida deste ano, (fi-la em três dias, não porque não seja boa leitora, mas porque ando muito atarefada escrevendo projetos), foi bastante impactante, porque me ajudou a ressignificar meu papel na sala de leitura em que trabalho. A busca pela identidade desse fazer e desse espaço, qual a importância dele nas vidas dos que o frequentam, o questionamento das metodologias empregadas, essas algumas das questões que foram brotando enquanto lia as conferências nele constantes. As salas de leitura já existem há quarenta anos. Tudo começou com um projeto, parceria de uma escola com uma biblioteca. Outras parcerias similares foram feitas e a Secretaria da Educação do Município de São Paulo acabou por criar esse ambiente de leitura, prevendo verba para compra de acervo literário e mobiliário, além de designar um professor da equipe escolar para ser o orientador de leitura. As turmas têm direito a uma visita semanal ao espaço. Quando pequenas, as crianças são ávidas pelos livros, mas à medida que vão crescendo vão perdendo o interesse neles. A debandada começa a se dar lá pelos 10, 11 anos. Esse é um grande nó, como fazer com que esses jovens continuem lendo? O discurso corrente é que os jovens das classes populares não leem porque suas famílias não leem. O 3º Relatório Retratos de Leitura do Brasil apontou que os leitores são justamente aquele cujas mães liam para eles quando pequenos. O Relatório também aponta que a escola tem sido um espaço privilegiado na formação leitora, mas é fato também que assim que deixam a escola, as pessoas deixam de ler. Escolarizar o texto literário tem afastado os jovens dele? Ler é apenas uma questão de prazer, de lazer, algo para se fazer nas horas vagas? Qual o papel da leitura, do livro e dos espaços de formação leitora na vida e na constituição dos cidadãos? Essas são algumas da questões abordadas magistralmente por Michèle Pètit. O tom de relato, os depoimentos dos jovens, a descrição das bibliotecas e mediatecas na França ( que tive o prazer de visitar quando ainda graduanda em Letras) me foram como um despertar de consciência, perceber como as s.l. e as escolas em que estão inseridas passam ao largo do papel da leitura e do livro na vida das crianças e jovens, principalmente daqueles espaços educativos das periferias, prque perseguem as competências leitoras, sem se dar conta que a função do texto literário na vida das pessoas é algo muito mais vital, tem um viés psíquico. Fiquei tão impactada que já efetuei algumas mudanças em minhas práticas, também mudei meu olhar para com os meninos de sétima série que se recusam a ler ( um dos capítulos é justamente sobre o medo de ler, muito esclarecedor). Estou empenhada em achar caminhos, apesar da clareza que tenho que o formato do atendimento - em massa, cada professor recebe 24 salas por semana e inevitavelmente acaba dando aulas de leitura e não propriamente formando leitores, seja pelo grande número de crianças, jovens e séries que atende- eu por exemplo tenho primeiras, segundas, terceiras, quartas e sétimas - além da manutenção do espaço, tombamento de livros etc.,seja pelas concepções de ensino de leitura e de trabalho com literatura, que ainda impregnam nosso imaginário, são obstáculos relevantes.Livro imperdível para quem ama livros, bibliotecas,jovens e trabalha com eles.



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