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Paris é uma festa
(Ernest hemingway)

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Não fosse um concurso literário
eu nunca teria lido esse livro. Mas ter de lê-lo constituiu-se numa agradável
surpresa. Eu o conhecia pelo O velho e o mar, que me lembra um pouco Moby Dick.
Mas não me é comum ler os autores americanos, a não ser quando na graduação,
quando li ratos e homens e fiquei encantada. Pelo título, achei que o livro
discorreria pelas festas até altas horas da noite ocorridas em Paris dos anos
20, retratadas no filme Meia-noite em Paris. Mas o que Hemingway faz é retratar a Paris
do início de sua carreira como escritor. A cada capítulo, que mais me pareceram
crônicas, ele vai descortinando a cidade Luz naquela época, bem como os
ilustres que foram para lá, escritores em início de carreira. Hemingway fala de
sua rotina de trabalho, da falta de dinheiro, de seu método e escrita, dos
passeios pela cidade, da amizade com outros escritores, das corridas de cavalo
e de bicicletas, dos passeios e viagens tanto em Paris quanto noutras cidades
da Europa, e em como era barato viver lá naquela época. Fala da pobreza com um
romantismo que é próprio de quem é jovem. O texto é leve e saboroso e dá pena
ter de chegar ás páginas finais. No capítulo em que ele nos conta que a esposa
perde todos os seus contos quando é roubada é impossível não elogia-lo por sua
perseverança. Ele dedica vários capítulos ao autor de Suave é a noite, o que
sugere uma amizade sincera. Naquela época ele se dedicava aos contos e é uma
pena não encontra-los com facilidade hoje em dia, o que mais se vê são seus
romances. Ele e a esposa deixavam o bebê
sozinho, quer dizer, sendo cuidado pelo gato e saiam, ele pra escrever num de
seus cafés preferidos e ela para suas aulas de piano. Isso é impensável hoje em
dia.

No cartas para um jovem escritor,
Mario Vargas Llosa aponta para uma das características dos textos de Hemingway,
a de deixar lacunas no texto capazes de mobilizar as considerações do leitor. E
cita o conto Os assassinos, em que não se diz porque estão atrás do
protagonista nem porque ele não tenta fugir. Na leitura, achei interessante na
maneira como ele utilizou o pretérito imperfeito, bem como as frases
intercaladas ou subordinadas. Texto enxuto, limpo e bem escrito. Quem deseja
ser escritor não deve deixar de lê-lo.

Por que Paris é uma festa? Penso
que por sua beleza, por seu clima e pelas pessoas que sempre foi capaz de
atrair.



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