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Resenha - Olho do Poder - M. Foucault
(Michael Foucaut)

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A partir de suas pesquisas sobre as origens da medicina clínica, Foucault descobriu o “panopticon” de Jeremy Benthan, escrito no século XVIII; durante esse século foi realizada uma serie de modificações na arquitetura dos hospitais, uma reorganização dos espaços das prisões. No panopticon de Benthan o olhar para as coisas, as pessoas, para os corpo é centralizado e a luz é sua principal característica. O “panopticon” é uma construção em anel, em que no centro há uma torre com janelas grandes; a construção que forma o anel é constituída de celas, que possuem duas janelas, uma para o interior da construção e outra para o exterior do prédio, o que permite que o sol atravesse a cela, o que faz com que quem está na torre consiga ver tudo o que acontece dentro dela. Por isso sua principal característica é a luz; se antes era na masmorra que ficam os presos, escondidos no escuro, agora é a transparência que os faz ficar, a visibilidade total, inclusive do local que se exerce o poder. Segundo Foucault, com a invenção do “panopticon” Benthan descobriu uma “tecnologia do poder para resolver o problema da vigilância” (FOUCAULT, ANO. p.115), não só da ou para as prisões, mas hospitais e escolas. A partir do final do século XVIII a arquitetura começou a se especializar, a compreender o poder do espaço e usá-lo politicamente, passou a organizar o espaço para objetivos políticos e econômicos; Foucault fala de como o controle da sexualidade, por exemplo, está tão inscrito nas paredes da escola, de como a arquitetura trabalha a favor da vigilância. O mais importante no panopticon e sua arquitetura é o olhar; sua arquitetura se realizada para favorecer o olhar, a transparência, a luz; por isso no texto eles falam de como Benthan completa Rousseou, já que ele fala da mentira na sociedade, de como os homens escondem seus segredos, sua face obscura. É caminhando nesse sentido que a Revolução Francesa consegue enxergar um objetivo humanitário no projeto de Benthan, a vigilância constante das pessoas as impediria de fazer o mal de tal forma que até não sentiriam mais vontade de fazê-lo. O olhar do vigia é constante, é incessante, até o ponto em que o olhar passa ser do próprio vigiado, é interiorizado, cada um vigia a si mesmo. Mas esse poder é alguém? Ele vem de um lugar? Foucault fala de como o poder na sociedade do século XIX não pode ser identificado como um indivíduo, segundo ele não é uma maquinaria em que alguém é o titular, “cada um, de acordo com seu lugar, é vigiado por todos ou por alguns outros, trata-se de um aparelho de desconfiança total e circulante, pois não existe ponto absoluto” (FOUCAULT, 1986. p.121). O poder é algo mais difuso do que as leis do Estado, a rede de poder possui uma forma piramidal em que o apoio e o condicionamento são recíprocos.As tecnologias de poder serviram também à produção e o trabalho possui um grande valor disciplinar. Para Foucault, apesar de ter feito suas pesquisas com loucos, doentes e etc., que não exercem a função produtiva do trabalho, ele assume ainda a função simbólica e de adestramento. É no trabalho que as resistências ao poder aconteceram, a vigilância e o enquadramento não foram instaurado nas fábricas e prontamente aceitos como nos falam nos livros de história, houve resistência por parte dos operários, por isso, segundo Michelle Perrot, esse enquadramento acontecia primeiro com as mulheres e crianças, que já estavam acostumados a obedecer. Mas o que Foucault “conclui” é: seria diferente se os prisioneiros da torre se tornassem os vigias? Não, pois o olho já está dentro de cada um de nós, somo nossos próprios vigias. Foucault fala em muitos textos que o olhar não é a única tecnologia de poder na sociedade moderna, o poder refinou seus instrumentos ao longo do tempo, porem a disciplina do corpo ainda é muito presente em nossa sociedade, principalmente dentro das escolas; durante a escolarização as professoras, coordenadoras, inspetoras, estão nos vigiando, o tempo todo estamos sendo vigiados; o olho passa a ser dentro de nós, não conseguimos saber quando há alguém olhando e quando não há, por isso precisamos nós mesmos nos olhar, prevenir a punição. Com o olhar dentro de nós, somos vigias, e será que não acabamos punindo a nós mesmos também?



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