Festa no Céu
(Ana Maria Machado)
Conta-se que no tempo em que os bichos falavam
teve uma festa no céu e todos os bichos da floresta foram convidados. A bicharada toda foi
convidada , mas o antipático do urubu, foi logo pondo água na fogueira,
desapontando o jabuti que não se conformava. O assunto em alta era a
festa no céu, na qual entraria só os bichos que tem asas. Os animais que
voassem. Os outros bichos ficaram muito revoltados. A girafa pescoçuda não podia
entrar, o cachorro latiu reclamando. Especialmente o jabuti, ficou indignado,
ele não desistiu, foi de carona com a garça. Preguiçoso, dormiu em um
canto e perdeu a carona de volta.
Não tendo como voltar, entrou escondido na viola do Urubu, que em pleno voo se
achou muito pesado e pensou, será que comi demais? mas logo sentiu algo se
mexendo e descobriu o jabuti. Sem piedade, se livrou do caroneiro, e peso
intruso. Jogou o jabuti lá do céu e o jabuti esborrachou nas pedras. Cada
pedaço do casco foi colado pelos anjos.
Não houve mais festa no céu e o urubu transformou neste bicho mal cheiros
que ninguém quer por perto.
Mas não foi só isto que aconteceu...
Conta as maritacas fofoqueiras que o sapo também foi. Ele foi de carona
com o gavião, malvado que só ele.
Na volta foi descoberto e o gavião para castigá-lo travou com ele um denso
diálogo. Vou te matar, vou te jogar num lugar pra você morrer. O sapo
desesperado dizia: não me jogue na água pelo amor de Deus, me jogue na pedra.
adivinhem o que aconteceu? O sapo foi jogado pelo gavião em uma lagoa, e feliz da vida o sapo saiu
saltitante...
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