A
POESIA DA VIDA
Por
João Brito Sousa
O que a vida nos oferece hoje em dia,
tem mais de preocupante do que de aliciante. O incumprimento das normas sociais
são uma constante, acontecem diariamente coisas horríveis, impensáveis até há
alguns tempos atrás. O que mais me impressiona e mais me incomoda, por
acréscimo, é que a cultura e o conhecimento não tenham contribuído em nada,
aparentemente, para modificar os comportamentos sociais. Quer dizer, a
diferença entre uma pessoa com formação académica superior e outra que tenha a
escolaridade mínima obrigatória, é muito pouco visível, e, não direi que não
haja excepções, mas os casos conhecidos são de arrepiar e revelam que pessoas
com formação dita superior se comportam verdadeiramente como pessoas que se
situam fora do contexto social mínimo exigido. De todos ou quase todos os
quadrantes da vida social portuguesa, chegam-nos indicadores de aparentemente,
má formação moral, o que me incomoda particularmente. As pessoas parece ainda
não terem percebido, que, no mundo onde estamos inseridos, há regras a cumprir
e que não é um roubo de alguns milhões ou a prática de actos de corrupção sob
as mais variadas formas, que torna o mundo melhor, ou que torna os autores
desses comportamentos como cidadãos mais respeitáveis. Infelizmente, este
fenómeno de agitação social não é um exclusivo de cariz nacional mas sim um
acontecimento generalizado em quase todo o mundo, o que torna o panorama mais
desanimador. Afinal, que querem essas pessoas incumpridoras? do que lhes serviu
frequentarem as Universidades? qual o contributo que pretendem dar à sociedade
? ou será que querem continuar nesta senda vergonhosa de comportamentos ? Em
princípio, o objectivo principal de pessoa tida como normal, em minha opinião,
será preparar-se para a vida através da angariação de conhecimentos suficientes
que garantam uma eficiente formação e correspondente desempenho profissional,
não esquecendo nunca que esse desempenho está sujeito a uma actualização de
conhecimentos constantes. Portanto, o percurso é longo e difícil. E para chegar
aqui, muitos profissionais da educação são utilizadas nessa função de formar.
Mas é uma matéria difícil pelo que se vê. A vida de cada um de nós deveria ser mais
fácil e mais gratificante, através de um plano de confiança entre todos, ou se
quisermos, entre os detentores do capital e os fazedores de riqueza, seja, os
trabalhadores. O que se verificou, infelizmente, entre nós, foi o aumento das
horas de trabalho e a redução do valor da retribuição salarial. Isto com agrado
generalizado da classe patronal. E tal, não me parece ser uma atitude correcta,
porquanto, o trabalho é a componente mais relevante da produção da riqueza e a
que está próximo do desempenho do operariado. Não me parece, igualmente, que
haja solidariedade profissional. Ou, de outro modo, dizer que não foram criadas
condições para uma boa harmonia empresarial, que resultará sempre do bom
ambiente criado pela liderança com efeitos no local de trabalho. A vida, terá
de respeitar o desempenho de cada um, porque desse somatório de desempenhos,
sairá o bem estar social, o patamar desejável que se deve pretender atingir.
Infelizmente, esse conceito não está a ser posto em prática, como seria
desejável, diria mesmo, que a prática corrente é de briga, não de consenso geral. A vida terá de mudar,
o mundo terá de ser melhor. É essa a minha luta, é esse meu propósito. É este o
meu apelo. Como Antero disse de João de Deus: “o seu melhor poema fê-lo na
forma como viveu a sua vida”. Daí o título desta crónica:
“A POESIA E A VIDA”
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