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A Volta de Obaluayê
(A Umbanda como ela é)

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Após muitas viagens pelo mundo afora, Obaluayê, cansado
das muitas guerras e sofrimento, finalmente chega à aldeia onde nascera.

Caminhando pelos recantos quase esquecidos na memória,
perde-se em pensamentos saudosos da infância que longe vai. Logo percebe a
euforia dos habitantes e procura saber o porquê dessa agitação. Soube então que
estava acontecendo uma grande festa com
a presença de todos os Orixás e assuntando daqui e dali descobriu o local da
comemoração. Dirigiu-se ao barracão onde os grandes se reuniam e ficou a
espreitar por entre as frestas a riqueza e alegria daqueles que eram seus
irmãos e que, provavelmente, nem lembravam mais dele. Devido à sua medonha
aparência não ousava entrar e apresentar-se.

Ogum, ricamente vestido com sua armadura brilhante, foi
o primeiro a perceber a presença e a angústia do Orixá que se escondia
envergonhado e uma ponta de dó tomou-lhe o peito. Rapidamente apresentou-se e o
cobriu com uma roupa de palha, que ocultava todo seu corpo e rosto doente, e o convidou
a entrar e aproveitar a alegria dos festejos.

Apesar de envergonhado, mas seguro por estar coberto, ele
entrou, mas com tristeza percebeu que ninguém se aproximava dele. Iansã, sempre
atenta, a tudo acompanhava com o rabo do olho. Ela compreendia a situação de Obaluayê
e dele se compadecia, por isso começou a elaborar um plano. O xirê estava
animado e todos se divertiam muito. Os Orixás dançavam alegremente com suas
equedes. Aproveitando-se disso, Iansã rodou pelo salão e quando chegou bem
perto dele soprou as roupas de palha que cobriam sua pestilência.

Uma ventania intensa varreu todo o espaço, as palhas
voaram para longe e as feridas de Obaluayê pularam para o alto, transformadas
numa chuva de pipocas, que se espalharam brancas pelo barracão. O ambiente emudeceu,
podia-se ouvir o zumbido de um mosquito quando todos os olhares se voltaram para
o recém-chegado. Obaluayê, o deus das doenças, estava ali, paralisado e
inseguro, mas transformado num jovem belo e encantador. O silêncio foi cortado
pelo frenético som dos tambores que soaram em respeito ao grande Orixá e todos
louvaram sua presença: - Atotô!
A partir desse dia, Obaluayê e Iansã Igbalé tornaram-se grandes amigos e
reinaram juntos sobre o mundo dos espíritos dos mortos, partilhando pela
eternidade o poder único de abrir e interromper as demandas dos mortos sobre os
homens.



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