Violência velada contra mulher
(Sabrina Santiago)
Se quisermos falar sobre violência contra a mulher, na
realidade estaremos falando de violência contra a própria
humanidade. Uma vez que todos somos afetados por ela.
Porém, mais do que um tapa, um soco, um chute ou até
mesmo um tiro, existe ainda a violência emocional que faz com que
homens, incluindo os de sua família imediata , a façam sentir-se
reduzida em todos os sentidos. Essa violência deixa marcas visíveis
no corpo e na autoestima.Além desse tipo de agressão, com a qual
muitas mulheres são vitimadas, existe uma outra mais velada.
Trata-se da indiferença. Uma indiferença focalizada na ausência
de compromisso, de responsabilidade parental, de comprometimento, de
afeto, de amor.
Essa
violência se explicita na hora em que vemos vários homens que
deveriam estar cuidando de uma casa, de uma família, trabalhando,
estão aos grupos, se encontrando em bares, praças, botecos,
totalmente descompromissados com filhos, casas, famílias, emprego...
A sociedade machista impõe que a mulher seja um objeto
de satisfação para o homem. Que ela se submeta aos seus caprichos,
sejam eles quais forem. O homem, caçador, manda. A mulher ,caça, se
submete.
Porém,
quando a mulher se nega a assumir esse papel, passa a ser tratada com
o desprezo que o homem tem de si próprio e de sua condição. Ele
não consegue lidar com o mando sem obediência. Ele quer que seus
desejos sejam satisfeitos visto que foram ordenados.
Quando a mulher não mais aceita esse jogo de
imposições, a situação muda drasticamente. O homem deixa escapar
seu lado animal e passa a tratá-la como jamais gostaria de ser
tratado. Esse tipo de homem não sabe qual seu lugar nem consegue
lidar de maneira saudável com um outro ser humano que tem sonhos
próprios e desejos, que algumas vezes vão de encontro com os seus.
O homem, criado e ensinado por Deus, entende
plenamente que a mulher é seu complemento, não sua escrava. Ele não
é seu algoz, mas seu protetor e cuidador. Que a submissão é
relativa, pois ele também tem de prestar contas de seus atos.
Esse tipo de violência está descarado, mas muitas
vezes nem é percebido. Muitos não observam como os homens estão se
alienando de seus deveres e deixando por conta das mulheres toda a
carga de cuidar sozinha de uma casa, de um trabalho secular, de uma
família. Parece até que ele perdeu a noção de qual é seu papel
como provedor. Não está entendendo mais qual seu papel num arranjo
familiar, nem na Sociedade. O que lhe resta então é extravazar sua
inutilidade de forma violenta, seja naquela explícita onde a mulher
recebe golpes ou na implicita, que a mulher recebe desprezo e
indiferença. Atente para esse tipo de violência, pois leva a
outras. Quem agride mulher, na realidade está agredindo a Sociedade.
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