Fahrenheit 451
(Ray Bradbury)
A ficção elaborada pelo escritor norte
americano Ray Bradbury, trata de um tempo futuro em que as pessoas se tornaram
vazias culturalmente, politicamente e, até mesmo, emocionalmente. O motivo para
isso? A alienação promovida pelos meios de comunicação. Uma enxurrada de
informações supérfluas, pontuais, que não trazem à reflexão, que não incitam o
pensamento; músicas, programas de TV, bombardeando a sociedade com notas
alegres, cores vibrantes, inebriantes, porém sem conteúdo algum.
Nosso protagonista, Guy Montag, passou
boa parte de sua vida entorpecido por esse mundo, trabalhando como bombeiro,
profissão que tem um papel diferente num momento em que as casas são a prova de
fogo. A função de um bombeiro, portanto, é provocar incêndios, reduzir a cinzas
a casa daqueles que ousarem ter livros. A justificativa dada ao longo da
narrativa para tal repressão é de que um indivíduo bem informado, pensante, faz
com que os outros se sintam inferiores, infelizes. Queimar os livros, deste
modo, é uma forma de promover a igualdade.
A vida de Montag toma um novo rumo
quando ele conhece, na volta do trabalho, uma garota diferente. Clarice é
curiosa, se encanta com detalhes simples, como o orvalho na grama, indaga o porquê
de as coisas serem da maneira que são. Pequenos momentos de convivência entre o
ir e vir do trabalho foram suficientes para que Montag se afeiçoasse a ela,
além de quedar-se em momentos de reflexão. A morte repentina dessa garota,
atropelada, faz Montag se perguntar: porque alguém como Clarice, que nunca fez
mal a ninguém, precisou terminar a vida tão repentinamente, tão violentamente? Isso
não era justo, não estava certo.
Em uma de suas noites de trabalho, ele
presenciou uma cena que o deixou horrorizado e, ao mesmo tempo intrigado: uma
mulher, ao ver seus livros sendo queimados, optou por ter o mesmo fim que eles,
para que juntos compusessem as mesmas cinzas. Afinal, o que há nos livros para
que eles precisem ser queimados? O que há nos livros para que valha a pena morrer
por eles?
Esses acontecimentos não deixaram alternativa
a Montag: ele precisava ler alguns livros (que já vinha escondendo em casa há
algum tempo, até mesmo da sua mulher, Mildred).
Paralelamente a isso, o bombeiro se
tornou amigo de Faber – um velho professor que não tem mais valor algum nesse
mundo. Faber contribuiu para a formação do novo Montag, engajado na luta contra
a alienação. Juntos os dois começaram a pensar na possibilidade de fazer cópias
de livros para os implantar na casa de outros bombeiros, país afora, na
tentativa de abalar a estrutura vigente.
O plano não pôde ser levado adiante,
pois Mildred denunciou seu próprio marido, que se viu obrigado, pelo capitão
Beaty, a queimar a própria casa, recebendo voz de prisão após isso.
Só restava a Montag fugir, deixando
todo o seu passado para trás. A fuga, porém, não foi fácil. Ele precisou se
desvencilhar de toda uma cidade ávida pela sua captura, helicópteros e o sabujo
mecânico (uma máquina mortífera que, ajustada a partir dos componentes
moleculares de sua vítima, é uma quase infalível perseguidora).
Já longe da cidade, encontrou um grupo
de pessoas e soube da existência de uma organização da qual eles faziam parte.
Neste tempo futuro existe a possibilidade de fazer o indivíduo se lembrar de
tudo que algum dia já tenha lido. Portanto, estas pessoas liam livros e em
seguida os queimavam (para que não pudessem ser incriminados); as obras eram,
então, passadas de pessoa para pessoa.
A história termina, então, com um
sentimento de esperança de que algum dia toda essa repressão termine. Neste
dia, estas pessoas teriam a oportunidade de verbalizar as obras, para que mais
uma vez elas pudessem ser impressas.
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