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As aventuras de Pi (Life of Pi)
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“As aventuras de Pi” ou “Vida de Pi” (Life of Pi) é um filme
sobre o ritual de passagem da pré-adolescência/adolescência para a vida adulta. Quando
menino, a mãe tenta proteger Pi de uma cena que o pai o obriga a ver. Sem
qualquer medo, o menino leva alimento para um tigre de bengala enjaulado no
zoológico do pai. Para isto, libera o animal da primeira carceragem, para que
possa chegar bem próximo a ele.

Porém, antes disso, o irmão mais velho o retira de perto da
grade e chama o pai. Este vem, com um animal de porte menor, e o amarra à
grade, ao alcance do tigre. Em minutos o felino puxa o animal para dentro da
cela e o estraçalha. É o mesmo que faria com Pi, ensina o pai. Moral da
história: não se pode confiar em todo mundo, na inocência, só pelo que se pensa
e pelas aparências. Para sobreviver, é preciso ter algum medo.



Se a mãe o protegesse da cena traumática, Pi continuaria,
ingenuamente, ultrapassando limites e se colocando em risco de morte constante.
A lição do tigre foi fundamental para que Pi entendesse duas coisas: foi o pai,
naquele momento percebido como mau, que o protegeu de um mal maior; enquanto a
mãe, que supostamente oferecia proteção, na verdade sem a presença da
interdição paterna, o devoraria.



Metaforicamente, é com esta mãe que Pi se encontra, já
exausto da luta pela sobrevivência entre a fúria do oceano Pacífico e a
voracidade do tigre de bengala, seu companheiro de bote salva-vidas. Primeiro,
ele doma o tigre, seu medo, fica esperto, e percebe, na ilha flutuante, que ela
pode dar tudo durante o dia, mas é ameaça de morte à noite, quando devora seus
filhos.



A ilha tem a forma de uma mulher deitada, de cabelos longos
e silhueta longilínea, como a mãe de Pi. No poço de água cristalina, onde Pi
foi banhar-se e beber água doce, e em que proliferam peixes de várias espécies
à luz do sol, o ácido mata na sombra noturna. Pi assiste a tudo isto do alto de
uma árvore, onde faz um ninho para repousar.



De lá, avista seu amigo Robert, o tigre, que instintivamente
correu para o pequeno bote, ao entardecer, assim como os demais animais
terrestres buscaram lugares altos para não serem engolidos pela mãe-terra. Ao
amanhecer, o menino e o tigre se acomodam com suprimentos e água doce, no bote, para
continuar a viagem.



Nesta fábula, não podem ficar de fora os animais que se
salvaram do naufrágio, além do tigre. Juntaram-se no bote, inicialmente, uma
zebra, uma gorila e uma hiena. A pacífica zebra, contou Pi, representava um
budista que viajava no barco, e tentou apaziguar um conflito do pai de Pi e o
cozinheiro da embarcação; a gorila era sua mãe; a hiena, o cozinheiro; e o
tigre, ele mesmo.

Quando o pai explicou a Pi, ainda no zoológico, o que o tigre
via quando olhava para o filho, disse-lhe que era como um espelho. Ou seja, o
animal se vê no outro, pouco importando o que o outro é e sente. O que Pi sentia
quando viu pela primeira vez o tigre era ternura. O que o tigre via, talvez,
fosse o medo, porque estava enjaulado, acuado. Não precisaria matar o menino
para alimentar-se, porque estava saciado, com os cinco quilos de carne que
ganhava diariamente, quando estava no zoológico. Mas poderia atacá-lo para
defender-se. Já a hiena, não. Ela matou a pacífica zebra e depois a assustada
gorila, sem nenhuma necessidade, pois não as devorou. A hiena se alimenta de carne putrefata, em especial a de animais em decomposição no seu habitat.

Enfim, tipos que se encontram em qualquer lugar do
planeta, e
que geralmente oferecem duas saídas, o enfrentamento ou a fuga. Pi resolveu
lutar, direta ou indiretamente. Depois da matança promovida pela hiena, o tigre
deu fim nela. E Pi, primeiro, tentou afastar-se do tigre, mesmo correndo risco
pela proximidade dos tubarões - ameaça ao
tigre, também. Depois, tentou aproximação com o animal, pela comunicação
possível e demarcação de território. É o que geralmente fazemos com estranhos,
até que vivências e contatos constantes cedam à amizade. Mas o tigre era mais do que isto. Era o próprio Pi, assustado, faminto e desamparado.



Talvez, também, o tigre tenha feito o papel de pai para Pi, nas
adversidades do Pacífico. Temido, e a quem não poderia retornar nem contar com
ajuda, o tigre empurrava o menino para fora do bote (casa) e ao mesmo tempo o
fazia manter-se em alerta quanto aos perigos imponderáveis do oceano (mundo).
Enquanto isto, a mãe acolhedora e generosa de dia, quando tudo está às claras (conscientemente),
à noite (inconscientemente) pode ser mortífera.



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