O medo de ousar e a submissão ao capital
(José Gilbert Arruda Martins - Por: Paulo Kliass)
Tudo bem, uma análise critica do governo de Lula da Silva e de Dilma que vale a pena.Por: José Gilbert Arruda Martins (Betinho do "seu" Amadeu)*No entanto, algumas perguntas necessitam de respostas:1. Lula da Silva e Dilma, políticos com origem diferente da maioria dos políticos que assumiram o poder, com propostas muito mais progressistas, realmente poderão assumir a construção de projetos mais ousados que incluam Reforma Agrária real, reforma política real, tributação real das grandes fortunas... etc sem perder o poder?2. Como fazer as transformações além dos limites do Capitalismo vigente com o poder fenomenal que a grande mídia possui?3. Como fazer para fugir do tal "presidencialismo de coalização", que diga-se de passagem, não foi criado por esses dois presidentes, e realmente governar?4. Será que o ex-presidente Lula da Silva e hoje a presidenta Dilma, poderão abrir mão da base governista, mesmo tendo consciência que nela existem os piores e mais ardilosos políticos da República, e convocar o povo para lutar nas ruas por projetos de verdadeiro alcance social e econômico que alavanquem de vez o país, sem correr o risco de serem varridos do mapa político brasileiro pela grande mídia?É fácil falar, difícil é governar um país de dimensões continentais, com problemas estruturais seculares e que foi sempre dominado pelo que existe de mais atrasado e violento na história da política mundial.Não podemos esquecer que temos inclusive, uma classe média que só pensa nela mesma, egoísta, egocêntrica, individualista e que pende para o lado que lhe oferecer mais em qualquer pleito eleitoral. Temos uma igreja das mais reacionárias, e, além da católica, temos um fenômeno relativamente novo denominado evangélicos que, como uma onda cresce e se agiganta de forma preocupante devido ao lado extremamente conservador, fundamentalista e autoritário, seguidores cegos e envolvidos em uma áurea de misticismo e conservadorismo que amedronta até os mais ferrenhos defensores das idéias mais catastroficamente fascistas.É complicado ousar mais, todos nós, defensores da liberdade, da solidariedade, da igualdade, da fraternidade e de uma vida melhor para a maioria, desejamos muito mais, mas para isso o país precisa de uma organização social maior, consciente, dialógica, democrática e, estamos muito longe disso, talvez, nunca conseguiremos.Governar com projetos mais ousados do que os que estão aí é bom, é bem vindo, mas, infelizmente, precisamos antes reforçar muito mais a nossa democracia.Existem, num país como o nosso, e isso é cada vez mais presente e forte, interesses os mais diversos, o grande capital daqui e de fora, não permitirão projetos mais ousados.Não que eles sejam capazes de simplesmente derrubar um governo dito progressista a maneira de Pinochet, mas podem e poderão junto à grande mídia reacionária desestabilizar qualquer governo.*Professor de História - Escola Pública - Brasília-DF
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