Melhor é Impossível.
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RELATÓRIO SOBRE O FILME: MELHOR É IMPOSSÍVEL. O filme Melhor é Impossível
trata, basicamente, da vida de um sujeito (Melvin) aparentemente muito rígido,
exigente e portador do transtorno obsessivo-compulsivo. O convívio com as
“manias estranhas” de Melvin, como a de comer constantemente num mesmo
restaurante, de sentar na mesma mesa, sempre utilizar talheres descartáveis,
trancar a porta cinco vezes, na maioria das vezes, acabava afastando-o das
demais pessoas que o cercavam.
Uma dessas manias que fazia
parte de sua rotina, era ser atendido todas as vezes por uma mesma garçonete
(Carol), do mesmo restaurante em que frequentava todos os dias. O contato
diário de Melvin com a única garçonete que de certa forma tolerava seus
“hábitos esquisitos”, fez com que Carol se tornasse uma pessoa fundamental para
continuar mantendo a ordem da sua vida.
A garçonete, por sua vez, era
solteira e vivia bastante envolvida com o caso em que já enfrentara durante
anos com seu filho pequeno, que sofre de um tipo de asma muito intensa. Carol
demonstra ao longo do filme, todo o seu medo e dificuldade de se lançar, de
fato, numa relação. Sempre muito “fechada” nas relações em que estabelecia com
os outros e muito comprometida com seu filho, a garçonete parece negar o
próprio desejo de precisar de alguém.
Observando toda uma lista de
dificuldades e particularidades vividas pelos personagens durante o filme, é
curioso refletir sobre as motivações, sejam elas conscientes ou inconscientes,
que levaram esses dois personagens a se unirem no decorrer da história.
A garçonete Carol fazia
parte do sintoma de Melvin, e ele precisava, a todo custo, mantê-la em sua vida
como uma forma de preservar e cuidar de sua rotina, que sempre fora cuidadosamente
elaborada por ele. Mas o grande comprometimento que ela mantinha em casa com o
caso da doença de seu filho, passou a ameaçar constantemente a sua presença no
restaurante em que trabalhava.
Percebendo a importância de
Carol para conseguir não perder o controle sobre a sua vida, que se resumia
basicamente na realização dos seus hábitos diários sempre bem executados, Melvin
começa a abrir novas possibilidades para que ela se sentisse a vontade e
despreocupada quando estivesse com ele. A contratação de um médico particular
que cuidasse bem desse “filho doente” foi uma das atitudes tomadas por Melvin,
que aos poucos, colaborou para a retirada da sobrecarga na qual a mãe do garoto
havia conduzido sozinha ao longo dos 9 anos..
Melvin foi aos poucos se
colocando no papel de uma figura paterna, dividindo de certa forma, a
responsabilidade que a mãe do garoto exercia sozinha sobre o filho. Ao mesmo
tempo Carol passou a se sentir desejada por aquele homem que começara também a
fazer parte de sua vida. Aos poucos foram atingindo
um excelente grau de crescimento e desenvolvimento de suas personalidades. Suas
complexidades vividas foram somadas e melhoradas com a ajuda um do outro.
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