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A superação do folhetim e a narrativa psicológica no romance de 30
(Samira Yousseff Campedelli)

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O romance regionalista dos anos 30 evoluiu pelos caminhos de um novo realismo,
uma espécie de resposta às tensões sociais originárias pela crise econômica que
eclodiu em 1929, com a quebra da Bolsa de Nova York, utilizando-se de uma
linguagem “crítica e seca”. A literatura produzida nos anos 30 e 40 presenciou
a difícil realidade pela ditadura que se instalou no Brasil, a partir de
outubro de 1930, com a chegada de Getúlio Vargas ao poder. E cada autor desa 2ª Fase Modernista na ficção passou a refletir sobre essa época à sua maneira.
Deste modo, apareceu tanto uma literatura regionalista que focaliza o problema
social de uma determinada região, quanto uma literatura urbana, intimista, com uma narrativa psicológica, a exemplo de Cornélio Pena. As principais características do romance regionalista são: um
realismo crítico, que retrata os problemas brasileiros e específicos de
determinadas regiões; a mostra da situação dos proletários rurais, ou seja, os
dominados por um pesado esquema de trabalho sob o mando dos grande proprietários
de terra, daí a presença de um lado latifundiários, senhores de engenho em suas
grandes fazendas de cacau e com seus
cangaceiros a seu serviço em, e do outro lado, o homem do campo que vive em uma
situação de extrema pobreza. E ainda, a apresenta uma linguagem próxima da
fala, por que os romancistas dessa época se preocupavam com a reprodução da
linguagem regional típica.

O romance dos anos 30 ainda foi dividido em nos seguintes ciclos: os romances da seca nordestina, os romances do ciclo da cana e do cangaço, romances
baianos, romances do sul e romances urbanos.

Os romances da seca nordestina, tiveram sua temática centralizada
na tragédia que é a seca para este povo, enfocando o vaqueiro e sua família,
flagelados pela seca, passando fome e sem trabalho, aparecendo a figura do “retirante”
que anda com os seus familiares em busca de abrigo e de comida. A exemplo deste
ciclo, destaca-se Vidas secas de
Graciliano Ramos, considerado a obra prima deste escritor. O autor do livro
narra a historia de uma família de retirantes nordestinos, que, atingida pela
seca, é obrigada a perambular pelo sertão, em busca de melhores condições de
vida.

Os romances do ciclo da cana e do cangaço, mostraram a
decadência da sociedade patriarcal canavieira e o marginalismo cangaceiro,
realçando os papéis de grupos sociais bem-definidos: o da classe dominante (os
senhores de engenho), o da classe dominada (trabalhador rural oprimido), o
poder armado (de um lado a polícia
oficial e, de doutro, pelo cangaço e jagunços, trabalhando pelo senhor das
terras ou pelo banditismo particular. Quadro este, magistralmente trabalhado por
José Lins do Rego. Como exemplo, de
alguns romances de José Lins do Rego, destacam-se: Fogo morto, romance-síntese do ciclo da cana-de-açúcar, por
apresentar os principais temas de suas produções desenvolvidas em torno do
engenho, entre outros romances; e do
ciclo do cangaço, Pedra bonita e Cangaceiros.

Os romances baianos são permeados por uma mística Bahia, com seu
povo miscigenado e devoto às religiões afro-brasileiras, com a sua cozinha
típica, o seu apego ao mar e a sua sensualidade. E tem como seu presentante
máximo, Jorge Amado, cuja obra é um verdeiro itinerário das regiões baianas,
destacando-se Ilhéus e Salvador. Vale comentar as três linhas literárias
marcantes desde escritor: uma linha de romances proletários, de narrativa
crítica e engajamento político, a exemplo de Capitães de areia; uma linha de temática voltada à extração do
cacau nas fazendas de Ilhéus e Itabuna, o chamado ciclo do cacau: Terras do sem
–fim; e narrativas crônicas de costumes e depoimentos líricos,: Jubiabá; Mar morto; Gabriela, cravo e
canela; Dona flor e seus dois maridos;
Tenda dos milagres, Tieta do agreste, Teresa Batista cansada da Guerra.

Os romance do sul, são construídos em torno da colonização do Rio
Grande do Sul, o seu passado histórico, as guerras entre fronteiras e o
estabelecimento de uma sociedade arraigada na terra. Érico Veríssimo, um de
seus representantes, cuja obra é um verdadeiro “mapeamento” desta região, a
exemplo de O tempo e o vento, uma
trilogia composta por O Continente, O Retrato e O Arquipélago publicados em 1949, 1951 e 1961) que reconstitui a
formação histórica de seu Estado, o Rio Grande do Sul, através da saga de uma
família e de uma cidade desse estado, desde suas origens, me ameados do século
XVIII, até o século XX.

E os romance urbanos, que já fazem parte de uma ficção introspectiva, ou seja, uma narrativa psicológica, destacando-se os seguintes escritores: Octávio de Faria, que ambientou suas obras no Rio de Janeiro dos
anos 30, a exemplo de Tragédia burguesa;
Cornélio Pena que trabalhou com a introspecção e o misticismo, como exemplo, o seu romance Fronteira;
Cyro dos Anjos, com uma obra localizada no ambiente urbano do interior de Minas
Gerais, e Marques Rabelo que também focalizou o Rio de Janeiro.



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