Vida
(Keith Richards)
Depois de ter ouvido tantas historias sobre os Roling Stones e, em
particular, sobre o Keith Richards, não deixei de sentir uma grande curiosidade
em ler esta autobiografia. Apeteceu-me ver como ele se descrevia intimamente, sendo conhecida a sua dose de loucura. Como já percebi que todos
temos a nossa dose, queria ver até que ponto ele era consciente da sua ou ia
tentar oculta-la. Surpreendeu-me a sua honestidade, a raiar o demasiado. E,
quando falo em demasiado é que acho que é nisso que ele peca. Achei que se eu
fosse o Mick Jagger não gostaria devarias das suas referências com varias. Ele não conta só
a historia pessoal, mas conta casos de outros, como o John Lennon, que
seriam desnecessárias para a Sua historia. Não precisava de referir alguns
nomes, contar alguns episódios, por muito que a mim, a curiosa, me saiba bem
ler! Acho que há coisas que não se contam, porque não interessam a ninguém a não
ser aos as viveram.
Mas a verdade é que gostei muito do livro. Porque também nos permite
perceber todas as diferentes pressões que vêm com a fama. Tudo bem, a historia
deles correu muito bem, mas com muitas dificuldades. Porque aqueles tempos eram
tempos de mudança, em que havia um movimento juvenil com uma grande pujança,
questionando os valores actuais. E eles, foram muitas vezes arrastados por
momentos particulares. E foi isso que gostei no livro. Uma perspectiva muito
lucida e pragmática da vida como ela era, foi, e é para ele.
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