O homem que queria (des)enganar o mundo.
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Após leitura ritual das noticias soltas e uma atenção especial ao caso de Edward Snowden, o tal espião americano que decidiu vir dar com a boca na botija (o que lhe valeu já um pedido de casamento de uma ex-espia soviética, vá lá, melhorou a nivel pessoal), eis que perdi as tribeiras com tanto alarido á volta disto e uma tentativa manhosa de, mais uma vez, transformar-se um caso de segurança nacional num caso de invasão de privacidade mundial...e a palhaçada continua. O caso Snowden é só um caso isolado no meio de tantos outros, desengane-se aquele que pensa que a França, Inglaterra, Israel, Russia, e a lista continua, não têm programas de espionagem que bisbilhotam a vida de milhões de pessoas, porque têm! E desengane-se também aquele que pensa que Snowden é um anjo fugido do inferno, porque não é! Mas como em terra de cegos quem tem um olho é rei, mais vale deixar os Estados Unidos arderem com a bomba na mão do que ter a coragem de se juntar ao grupo assumindo que tal prática é comum em quase todos os países do mundo. Não é necessário ser-se muito inteligente para se saber isto, aliás, não é necessário de todo ser-se muito informado no assunto para se entender também que este caso ganhou um interesse mediático muito para lá da linha da "liberdade" que nele se discute começando a ganhar traços de mais uma distracção em massa da população para nos adormecer os neurónios no verão que se avisinha.A espionagem NUNCA foi cortada por qualquer estado soberano, reduzir isso a um país e a um espião tem tanto de ironia como de ofensa ao povo, porque dá-me a entender que uma boa parte do povo põe o pé na poça e morde a isca que lhe põem á frente. De repente somos todos levados a crer que somos parte importante do que se passa no mundo porque a receita de bacalhau com natas que publicámos no outro dia depois de termos fumado 5 charros, partilhado a musica ideal para o momento e o vinho que mais rapidamente nos deixa embalsamados (e ao bacalhau), quase deu guerra entre a Coreia do Norte e a China porque não entravam em acordo com o molho. Existem sim programas que estão activos para FILTRAR, tudo o que se procura na net por exemplo, é não são só dos serviços americanos descuidem; mas atenção, esses programas não analisam TUDO o que publicam, eles procuram palavras e conversas chave que automáticamente rastreiam para analise, não basta falar de uma bomba atómica e pimba, tás destacado, não caiam na palermice de acreditar nisso. Depois, não é por estarem no Facebook que são mais controlados, o vosso controle começa no BI, passa por todos os outros documentos de identificação, casa alugada ou comprada, carro, telemóvel, conta bancária e até pelo ponto habitual onde bebem o vosso cafézinho...perde-se a linha se começarmos a pensar no numero de acções que fazemos no dia-a-dia, que não envolvem a net. Mas mesmo virando a conversa para a net, o vosso controle começa quando abrem o vosso browser, quando fazem o vosso IRS online, quando compram no site da Worten, da Fnac...passa por todos os sites que visitam, mails que recebem, musicas que ouvem...não caiam na burrice de pensar que, "se não tenho Facebook, não sou tão controlado", porque são igualmente controlados e mais ovelhas, aliás, é muito mais interessante para um governo espiar a vossa navegação do que a vossa actividade social porque é na navegação que acedemos a sites que podem ser considerados perigosos para eles. Depois vem a parte de que nos expomos mais?! É óbvio que sim, e é mesmo para isso que existem redes sociais, não é á toa que, fotos que publiquem em qualquer rede social, aparecem na procura do Google á vista e alcance de qualquer um, ou seja, nem precisam de ser registados para terem acesso a material de muitas redes sociais, é normal...mas metam lá o Tico e o Teco de acordo, é também nas redes sociais que se expõem cada vez mais noticias, opiniões e ideias que, de outro modo, nunca seriam conhecidas e que fazem cada vez mais peso na maneira como os governos direcionam as suas promessas, faz cada vez mais diferença a nossa opinião "pessoal" num mundo com cada vez mais "pessoal" e cada vez menos pensar "pessoal" (entenda-se a diferença entre "pessoais")... E em vez de pensarmos que estamos a ser espiados, coisa que sempre estivemos e parece agora uma grande novidade, pensemos também que temos o poder agora de lhes passar a mensagem, publicamente, do que deles pensamos e do que deles queremos; dos nossos sonhos, mas também das nossas exigências; dos nossos agradecimentos, mas também das nossas ameaças...por isso, se temos que ser controlados, sejamos inteligentes ao ponto de publicar menos "receitas de bacalhau" e mais conteúdo para ser expiado a gosto e prazer, que sejamos todos terroristas aos olhos de quem mata milhões. Porque o que eles pretendem é o nosso medo, que paremos, que tenhamos medo de escrever a minima sentença, que falemos mais nas nossas dificuldades diárias e menos de como as resolver e quem pendurar na forca por estarmos como estamos...Lembrem que a liberdade é uma ideia, não um direito...e essa ideia deve ser construida na mente de cada um primeiro afim de se tornar real! Happy Big Brother!~Zé Tó~
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