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A Invasão
(Ricardo Piglia)

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Nesta obra, o escritor argentino RICARDO PIGLIA, considerado pela crítica de seu País como o mais importante escritor de sua geração, apresenta ao leitor 10 CONTOS magistrais, narrados com o fervor a potência que lhe são peculiares. Aliando ficção e verdade, são contos de extrema realidade, na qual se assiste a crueldade possível de encontrar na base das relações humanas, a violência e os conflitos. No Primeiro conto, "TARDES DE AMOR", assistimos ao desespero, à revolta e a inveja de Luís, encurralado em um quarto junto a Martin, bebendo genebra e tentando estudar, enquanto no quarto ao lado, entre suspiros, gemidos e gritos, o companheiro de moradia, Páez, vive tórridas horas de amor com uma mulher. E isso ocorre todas as tardes. Incitado por Martin, que fala em mostrar para Páez que nenhum dos dois é 'veado', Luís resolve acabar de uma vez com tudo isso.O Segundo Conto, "O MURO", nos apresenta um velho, que tenta, sem êxito, abrir um, buraco no muro que foi recentemente construído no asilo em que morar, para poder ver o mundo que há lá fora. Enquanto, onde hoje está o muro, havia uma cerca, passava o dia perto da cerca, olhando o mundo: As pessoas que passavam, conversando, rindo e até cumprimentando; um caminhão, um ônibus e até um circo, que passara uma vez. Lembra que, olhando tudo isso, o dia passava voando e não havia tempo para ficar pensando em bobagens. Então, vieram os pedreiros e começaram a construír um muro, ao redor do asilo. Enquanto o muro crescia, o velho passava horas por alí, "batendo papo". Pensa que, às vezes, a gente sente a necessidade de falar e que com os outros velhos não dava. Passava as tardes conversando com os pedreiros, que diziam piadas ´para as mulheres que passavam na rua. E o velho também dizia coisas para as mulheres, que passavam rebolando. Eram tardes movimentadas. Mas, no fim, o mutro foi concluído e os pedreirois foram embora. E o velho ficou sozinho, olhando os outros velhos que davam voltas pelo pátio, como se não soubessem aonde ir. Pensa que um dia ele vai melhorar, as mãos vão parar de tremer e ele sairá do asilo e irá procurar um emprego. Pensa que olhar para a rua, antes do muro ser construído, ajudava muito. Ajudava a evitar esse medo que cresce quando chega a noite, quando fica sozinho no escuro, com a cebeça vazia, porque nada aconteceu durante o dia, e tem medo de fechar os olhos e talvez nunca mais acordar. Antes, ficava lembrando as coisas que vira durante o dia, através da cerca, mas agora já não é possível ver nada. Então, sentado diante do muro, do qual já conhece a cor, , a emenda dos tijolos e cada buraquinho, permanece alí, lembrando de todas as coisas vistas e vividas. E não gosta nenhum pouco disso... Com a mesma crueza e o mesmo realismo dos anteriores, seguem-se os restantes oito Contos: "UMA LUZ QUE SUMIA", "NO BARRANCO", "A ATIRADEIRA", "MATA HARI", "AS ATAS DO JULGAMENTO", "MEU AMIGO", "A INVASÃO" e "SUAVE É A NOITE"."A INVASÃO", que dá o título ao livro, relata a primeira noite de Renzi, numa cela do xadrez, onde dividirá o espaço com dois outros homens, o arrogante Celaya que, depois de orientá-lo, sarcática e agressivamente, sobre as rotinas da cela e da prisão, deixa clara sua autoridade naquele espaço, e um moreno, de estatura pequena e frágil, de quem não fica sabendo o nome. Este, apenas se dirige a Celaya, em voz baixa. Sabe que terá que conviver com eles por muito tempo. Os dois homens permanecem juntos, quase colados, em um lado da cela, enquanto Rensi tem que ficar o mais distante possível. No horário da janta, recebe o colchão e a manta, que deverá usar para dormir, e a horrível comida, que devolve quase sem tocar. Quando vai preparar sua cama, para dormir, Celaya manda que o mesmo se distancie o mais possível, para "ficar mais tranqüilo". E Renzi cola-se junto à parede e, apesar do calor, cobre-se inteiramente com a manta. Encurvados, muitos juintos, Celaya e o moreno parecem um vulto disforme, rindo e falando em voz baixa. Quando Renzi caiu em si, já fazia algum tempo que o moreno acariciava a nuca de Celaya, deslizando pelo pescoço, descendo pelo peito e começando a abrir-lhe as calças. Os dois corpos se enlaçam, tombados no chão, enquanto Renzi se espreme contra o cimento, de cara para a parede, encolhido entre as mantas.



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