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Análise crítica do Curta Metragem Meow
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O termo
“Meow” é a denominação dada ao curta-metragem produzido por Marcos Magalhães e
pela Embrafilme no ano de 1981 com a duração de oito minutos e onze segundos. O
filme mostra claramente os efeitos do “desenvolvimento” urbano e a influência
cultural imposta por outros países (aqui representado pelos EUA), que
oportunamente “pegam carona” na fragilidade da base cultural de nossa sociedade.

O
autor reproduz de uma forma metafórica através de variada simbologia os efeitos
do crescimento de uma cidade que sem base cultural própria e acostumada a
“seguir tudo o que seu mestre mandou” e sem planejamento prévio, termina em
caos, com poluição sonora, poluição visual, trânsito caótico, marginais a
solta, prostituição e todas as mazelas
da dita “ cidade grande ”.



Análise- Inicialmente
o filme nos mostra uma cidade simples e bucólica com a típica calmaria do
interior onde se pode ouvir o canto dos pássaros que atravessa o silêncio das
ruas, nota-se a presença de árvores e em uma delas um balanço que
representativamente nos indica a segurança do local, onde crianças têm a
liberdade de desfrutar de sua infância e brincadeiras. Outra indicação de
segurança e a presença de casas de um pavimento e sem muros com suas janelas
abertas. O céu ainda é azul por aqui.

A
frente de quase o todo cenário nota-se a permanência de um muro que aqui
inicialmente apresenta-se quebrado, esquecido, digo quase todo pois na frente
da árvore não se tem a presença do muro, porém com o decorrer do filme nota-se que o
muro vai ficando mais forte e derrepente ele sofre uma distorção em sua
conformação e surgem as primeiras e “ingênuas” pichações indicando as influências exteriores e sinalizando
certo desequilíbrio na harmonia anteriormente descrita, junto a estas
transformações ao fundo as acompanham as mudanças no cenário da cidade onde as casas
antes mais padronizadas aqui começam a apresentar diferenças nos tamanhos, com
casas menores ou muito maiores e entre elas terrenos baldios.

Logo
a seguir a calmaria e o canto dos pássaros dão lugar aos sons ensurdecedores
das implosões das casas que são derrubadas para dar lugar aos prédios e arranha
céus. O muro recebe pichações mais “profissionais” e a melodia muda dando um
ritmo mais acelerado ao cenário.

O
desenrolar apresenta constante crescimento com aglomerações de prédios e grande
quantidade de lixo depositada na frente do muro, neste momento ouve-se um som
muito conhecido acompanhado pelo piscar hipnotizante e sincronizado da rede de
Tv mais assistida pela população que passa a manipular a vontade cega dos
consumidores incultos, o som da TV Globo alertando com uma mensagem quase que
subliminar que você precisa consumir certo produto que ela vai apresentar
durante os intervalos comerciais.

A
cidade a frente se apresenta caótica com grande quantidade de cartazes, e
outdoors dos mais variados produtos e mais variadas nacionalidades que através
da sensualidade exploram as fraquezas do homem. O som agora é do trânsito e
falar alto das pessoas que nem percebem que estão ficando surdas com tanta
poluição sonora. No muro alguém
inutilmente tenta fazer uma mudança no cenário pintando com tinta amarela uma
pichação que nele se encontra, mas não vai adiante. O azul do céu agora dá
lugar ao cinza da fuligem da poluição urbana que envenena os pulmões de seus
habitantes da grande cidade.

O
cenário vai mudando mais uma vez, no muro lêem-se cartazes com apelos de
candidatos políticos e ao fundo grande parte de seus possíveis eleitores que
representam a grande massa da periferia marginalizada, vivendo em péssimas
condições. Pulam o muro bandidos,
pivetes, prostitutas e travestis ao som de uma patrulha que ronda o local.

A
música para e dá lugar ao miado de um gato que se torna centro da cena em cima
do muro e mia insistentemente por comida. O gato é servido inicialmente por uma
mão com vestimenta esverdeada até que o leite que ele recebia se acaba e ele
continua miando, por isso recebe uma garrafada na cabeça, continua miando e
quando ele vai ganhar uma segunda garrafada aparece uma segunda mão que parece
protegê-lo, pois as duas mãos começam a brigar até que a mão com a vestimenta
composta pelas cores da bandeira americana vence a briga troca seu pratinho por
um mais bonito e passa a oferecer-lhe outro alimento, porém o gato não aceita e
joga cospe fora o que bebeu. A mão americana então tenta persuadi-lo através de
propagandas visuais, mas o gato continua miando alto e então ele apela para a
sensualidade colocando uma gatinha “nua” com musica agradável e efeitos
especiais que representam sensações que o produto oferece, mas o gato continua
relutante e por isso ganha uma garrafada na cabeça e um sermão e na ameaça de
uma segunda garrafada sem a intervenção de ninguém ele acaba cedendo a nova
bebida que o faz eructar, ele mia e é servido novamente, até que na 4ª garrafa
a outra mão aparece e intervêm e as duas iniciam novamente a briga, desta vêz a
esverdeada vence e volta a servir o leite, porém o gato já acostumado à nova
bebida “soda cólica” já não quer mais saber do leite e pôe-se a miar , como a
mão esverdeada não tem o que ele quer o pega pelo pescoço o enforcando.

Nota-se
nas duas mãos que o afago feito ao gato não é carinhoso e a risadinha de ambos
os fornecedores é perversa.



Conclusão - Com todas as descrições
citadas fica claro que o autor tenta mostrar através desta animação a forte
presença dominadora de culturas externas que são incorporadas pela sociedade
que diariamente é bombardeada pela mídia nacional e internacional, haja vista
que atualmente vivemos em uma aldeia globalizada exposta a todo tipo de
influência. As mudanças de cenário representam as cidades dos países em
desenvolvimento que tentam acompanhar o crescimento mundial, mas o caos que se instala mostra
a total falta de preparo da população e o
descaso de suas autoridades.



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