Rocha, C.V. Gestão Pública Municipal e Participação Democrática no Bra 
(POLIS;  S. Espacio público y participacíon ciudadana en la gestión pública en Chile:limites y possibi)
  
A participação democrática tem sido
 parte relevante no campo da política pública do Brasil nas últimas
 décadas do século XX. O presente trabalho analisa a
 indispensabilidade e a evolução da reforma do estado brasileiro
 focada na descentralização política administrativa através da
 reforma das instituições, visando a criação de espaços públicos
 de deliberação democrática. Como metodologia da pesquisa,
 adotou-se por um estudo de caso de participação democrática em
 três administrações municipais do estado de Minas Gerais. São
 propostos padrões basilares a serem transportados para a realidade
 portuguesa no que concerne á participação democrática. O artigo
 argumenta que as decisões obtidas nos espaços públicos de
 deliberação resultam em desigualdades no acesso às decisões da
 ação pública, propondo uma maior eficácia na junção das
 políticas públicas e sociedade civil. Segundo Rocha (2011) é indispensável a
 evolução da reforma do estado brasileiro focada na descentralização
 política administrativa através da reforma das instituições,
 visando a criação de espaços de deliberação levando à
 participação dos cidadãos na gestão pública, considerando as
 características da sociedade e das instituições. Deste modo,
 salientam-se que existiu um esforço do governo local, em promover
 uma democracia participativa da sociedade civil, fomentando espaços
 participativos, onde os diversos estratos sociais pudessem reclamar o
 direito de participação na gestão municipal. Estes espaços foram
 fruto dos partidos de esquerda que desde sempre arrogaram a defesa da
 democracia participativa, essencialmente, para aumentar a
 responsabilidade do poder público e, em consequência, a
 transparência das suas ações.
 A alegação do Autor sustenta que a
 criação destes espaços não resolveu tudo devido á falta de uma
 visão institucional democrática, caso de Betim, devido ao facto de
 usarem estes espaços para fazerem políticas eleitorais (ROCHA,
 2011); devido ao nível educacional e de renda do capital social; devido ao
 grau de participação ficar abaixo do desejado pelos tutores da
 democracia participativa; abatendo-se esta ideologia politica aquando
 do revezamento do poder politica com ideologias diferentes.a ótica de melhorar a qualidade do
 sistema democrático em Portugal e relacionando a satisfação dos
 cidadãos com o atual sistema, poder-se-ia adotar alguns
 procedimentos na gestão autárquica portuguesa, nomeadamente, no que
 concerne á igualdade de oportunidade para participar em decisões de
 orçamento municipal, onde os cidadãos tivessem igualdade de
 oportunidades de participação na gestão municipal, impedindo
 abusos de poder nas decisões político-económicas, atendendo às
 expectativas dos munícipes, apelando à confiança destes no sistema
 atual, influenciando, assim, nas decisões do município.Não será demais salientar que a
 escassa participação direta dos cidadãos no processo de tomada de
 decisões deve ser transposta.Nestes termos, aspetos, tais como, a
 responsabilidade do sistema político, a ideia de que os políticos
 se preocupam apenas com os seus interesses pessoais, a ideia de que
 aquilo que é considerado pelos munícipes como prioritário não é
 o que o poder politico local dá prioridade, poderiam ser melhorados
 na realidade portuguesa.  Em Portugal, tem-se interiorizado a
 ideia que as eleições e a sua regularidade são a apreciação da
 qualidade democrática, pois prevalece a ideia de que os eleitos
 (não) atendem às expectativas dos eleitores. Neste sentido, dever-se-á envolver os
 cidadãos numa responsabilidade politica democrática ativa,
 deliberando sobre questões relevantes contribuindo para uma gestão
 autárquica mais eficaz e mais eficiente com políticas claras,
 objetivas e isentas, não ficando apenas pelo apelo ao voto.No caso em concreto, é relevante
 salientar que a decisão de espaços de deliberação aumenta
 exponencialmente a responsabilidade do poder público na gestão
 municipal incrementando a transparência nas suas decisões apesar de
 não obter soluções para todos os problemas.O que parece ser de sublinhar é que é
 necessária uma coligação entre a administração municipal e a
 comunidade civil; pois é o capital social que poderá produzir
 mudanças estruturais na cultura politica e no equilíbrio das contas
 públicas, para que os cidadãos sejam chamados a participar como
 tais e participem nas decisões da gestão municipal, suprimindo as
 desigualdades no acesso às deliberações públicas. Por
 último, dir-se-á, que é importante analisar outros aspetos,
 nomeadamente a transparência da participação civil, entre outras,
 que se traduzem essenciais ao tema estudado mas que fica por abordar
 devido às limitações expostas.Diante destas considerações, fica
 intrínseco que é necessário que haja na sociedade civil educação
 para a cidadania para que a participação politica origine uma maior
 eficiência e eficácia, exigindo, também, maiores responsabilidades
 da e na ação pública municipal. 
 As contribuições do presente trabalho
 podem ser direcionadas para a administração municipal portuguesa,
 para os gestores e para a sociedade, fomentando a responsabilidade do
 sistema político.Ao concluir a tarefa, fica em aberto
 outras possibilidades de trabalhos, de forma a examinar outros
 aspetos, como é o caso da clareza da participação democrática e
 da cidadania na prestação de contas dos municípios, que representa
 um pilar basilar na gestão autárquica. A ausência de investigação de campo
 e a ausência de inquéritos poderiam ser determinantes para chegar a
 conclusões substanciais na análise do tema e ao levantamento de
 novas questões, nomeadamente, questões relacionadas com a qualidade
 da participação democrática em Portugal e a satisfação dos
 cidadãos com o atual sistema. 
 
  
 
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