Meu Álbum de Trovas
(Joao Batista Serra)
JOÃO BATISTA SERRA &LIVROS * ANTONIO CABRAL FILHOJOÃO BATISTA SERRA remeteu-nos, a mim e aos leitores, os seus livros. São eles pela ordem de vinda a lume MEU ÁLBUM DE TROVAS Editora Opção2 1998 e VIDA EM CONTOS Editora Opção2 1999.O primeiro, MEU ÁLBUM DE TROVA, contém 500 trovas. João Batista informa na contra-capa que são consideradas “boas pelo famoso trovador P. de Petrus”, da UBT - Rio de Janeiro, também este considerado por mim um distintíssimo trovador. O livro é dedicado aos seus pais José Araujo Serra e Cecília Batista Serra; a toda sua família espalhada Brasil a fora do Ceará a São Paulo; ao seu grande Amigo P. de Petrus, ao qual agradece pelo apoio na edição do livro. Dedica ainda sua obra trovadorística “Aos meus Irmãos de Sonhos, do Brasil e Portugal.” E fecha dedicando também “A você que adquiriu MEU ÁLBUM DE TROVAS” com um muito obrigado. Mas o João nos revela surpresas e não são poucas. Só pra dar uma ideia, ele incluiu aqui uma trova intitulada BRASIL NOVO: “Meu país idolatrado, a aspiração do teu povo/ é te ver modificado, e viver num BRASIL NOVO.” Sobre o papel do nordeste na abolição da escravatura, o nosso amigo João Batista não brinca em serviço:”Cidade de Redenção, pedacinho do Nordeste, o grito da ABOLIÇÃO, foste o primeiro que deste”. Mas se isso ainda diz pouco, veja o que nos informa P. de Petrus no PREFÁCIO: Trovador, cordelista, contista e compositor, começou a escrever lá pelos quinze anos, eis sua primeira trova ” O mundo é um belo canteiro, feito por DEUS com primor; cada homem é um jardineiro, cada mulher é uma flor”.Poderíamos falar sobre o livro do meu amigo João Batista Serra até raiar o dia, mas vamos ao seu outro livro; este de contos. Seu título VIDA EM CONTOS, também pela OPÇÃO2, 1999, porém constituído de CONTOS, e a ganância para ler coisas do joão é tamanha que vou direto ao texto “ZÉ “CARAOLHO”“:Casado durante doze anos, Manoel Paraibano foi pai apenas uma vez. José, seu filho único era caolho e por isso recebeu o apelido de Zé “Caraolho”.Aos oito anos perdeu a mãe. O pai não quis mais saber de outra mulher. Vendia folhetos de estórias da Literatura de Cordel. Comprava-os em Juazeiro do Norte, no Ceará, vendia-os no mercado de Cajazeiras, na Paraíba, sua terra natal. Tinha uma banca exclusivamente de folhetos de estórias e orações. O filho oferecia-os em domicílios. Eles levavam uma vida pacata.Um dia, porém, Luzia, viúva, mãe de filho único, também, e da mesma idade, dezessete anos, resolveu entrar na vida do vendedor de estórias. Começou agradando os dois, pai e filho.O filho implorava para que ele não caísse na armadilha dela. O pai, todavia, ia deixando se seduzir pelos agrados da viúva. Zé desgostou-se bastante com a união… Em poucos dias modificação total. Os agrados foram de água abaixo e vieram as desavenças. O João, sempre o João, o filhinho da viúva, tinha razão. Zé “Caraolho” sofria. E o pai, Manoel Paraibano, também. Arrependido…Zé, ao atingir a maioridade, decidiu ir embora. Desgostoso, escolheu São Paulo a fim de livrar-se da verdadeira madrasta.- Pai, quando puder, virei buscá-lo. Tirarei o senhor dessa megera e lá seremos felizes outra vez.Duas semanas depois, escreveu. Contou que estava empregado em um hospital e começando a adaptar-se à vida pauliceia. E a saudade permanecia, cada vez maior!Quinzenalmente Zé escrevia. O pai contente respondia. Afirmava que planejava abandonar tudo e ir morar com ele em São Paulo, no fim do ano. Não dava mais para continuar por muito tempo ao lado de Luzia. Era um inferno!O filho fazia economia. Sonhava comprar linda casa que surpreendesse o velho. O pai, da mesma forma, economizava no intuito de ajudá-lo ao bem-estar de ambos.Após várias correspondências, chegou o fim do ano. Zé preparava-se para viajar. Cheio de contentamento porque aproximava-se o tão ansiado momento de rever e levá-lo como havia prometido.Manoel Paraibano aguardava, impaciente, a chegada do filho. O Ano Novo decorreu tristíssimo sem a companhia dele. Por outro lado, reanimava-se. Sabia que em breve estaria junto dele e definitivamente. Faltavam sete minutos para a meia noite. Sem poder dormir, com saudade, subitamente escutou batidas na porta.- Pai!- Meu filho, que felicidade!Emocionado, abriu a porta. Ninguém!No dia seguinte, bastante preocupado, ouviu a rádio logo cedo noticiar:- Por volta de onze horas e cinqüenta minutos, o ônibus procedente de São Paulo com destino ao Recife, caiu em um precipício, na Bahia, morrendo todos os passageiros, entre os pernambucanos mortos, um paraibano…
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