O enterro de uma lei.
(Aécio Rawlison)
Com o intuito único de esclarecer e aumentar o conhecimento brasileiro sobre uma de suas origens, contribuindo para a ampliação cultural sobre a cultura negra e seu legado à sociedade daquela que um dia foi chamada de Terra Brazilis, eis que surge depois de muita luta, a Lei 10.639, em 09 de janeiro de 2003, que no seu Art. 79-B torna obrigatório a inclusão do dia 20 de novembro como "Dia da Consciência Negra" no calendário escolar, além do ensino no âmbito nacional de todo o currículo escolar, de História e Cultura Afro-Brasileira nos níveis fundamental e médio -completou dez anos e meio de desobediência legal. Essa desobediência atropelou a vontade de um povo, de uma raça, de uma nação e da conquista de um povo de raça: o africano. Matou a obediência civil e jurídica invocando o desrespeito as leis pré-estabelecidas e ao Estado -agora em calamidade cultural através do desejo anarquista. Um verdadeiro legicídio! Aos pés da cruz todos oram por perdão. Os professadores da fé e também os hipócritas. Todos oram à um Deus passional, preconceituoso e segregarista, rígido ao ponto de impôr o medo da vingança naqueles que não seguirem suas leis inexplicáveis e tortuosas, mesmo que para isso inutilize às leis de convívio humano e, automáticamente, viole suas próprias leis e mandamentos por tabela. O estudo e divulgação da Cultura Afro-Brasileira, para desespero dos eternos defensores do apocalipse, existe e acontece desde o milênio passado e ainda não se deram conta disso (viramos o milênio, não foi? Estamos no século 21, não é? Então...). Esta Cultura, é manifestada pelo linguajar e costumes populares nos regionalismos brasileiros, através do maracatú, do samba enredo, do samba de roda, do samba de crioula, do pagode, do frevo (hoje patrimônio imaterial da humanidade), da capoeira , das danças de roda (cirandas), do reizado, da congada, dos cházinhos caseiros, da feijoada, dos angús...da culinária, da escrita de algumas palavras, como nêga e nêgo -entre outras centenas. A função desta cultura não é e nunca foi macular, e sim enriquecer, como vem fazendo há séculos ininterruptamente. A Cultura Afro-Brasileira está no sangue de cada brasileiro e brasileira. Não há raça ariana no Brasil. Há mestiços, cafusos, mamelucos e muitos criolanos e criolanas (se me permitem o trocadilho), desde muito antes de 13 de maio de 1888...desde antes da Lei Áurea, quando "os coronéis" se deitavam e se deleitavam com as carnes das mucamas cor de ébano -Obás igi dùdú mi (mais ou menos: Minhas rainhas de Ébano, em Yorubá/Nagô). Já daí começava a mestiçagem miscelanizada das raças que compõe este país juvenil e imberbe (para desespero mortal dos que se acham cinza). Sei que muitos gostariam que a Lei Áurea (também, Lex Àurea = Lei dourada) tivesse sido assinada a lápis. Mas mesmo que o fosse, o mundo conhece nossa história. O Ilmo Sr. Inácio Lula da Silva, então presidente, pediu perdão à nação africana pelo nosso vil comportamento durante décadas de exploração escravagista, e com lágrimas nos olhos uni também, em pensamento, o meu pedido de perdão àquele povo. Contudo, é com penar que vejo a decadência de um povo que deve tanto a outro povo, e que por puro despeito não se curva às evidências de uma irmandade consanguínea, e com pretextos mais vis que a própria escravidão imposta por seus ancestrais, e com a benção das igrejas que pululavam próximos a ranchos e fazendas, no Brasil e no mundo, mendigando as migalhas de uma mesa farta à custa do suor, da dor e do sofrimento alheio. A mesma igreja que sempre virou as costas pra fome e pra miséria das regiões africanas, mesmo com tanta riqueza conseguida através dos espólios de guerra -como prêmio, talvez. Aos olhos do mundo, o presidente Lula foi íntegro, humano e decente. Ao contrário de alguns que incitam um apartheid silencioso no Brasil. Sim, a palavra é exatamente esta: APARTHEID! Visto que o cerceamento dos direitos da cultura afro-brasileira existe (é fato!), só reafirma o preconceito, a discriminação...intolerância e a tentativa de segregação racial através de calúnias, difamações, injúrias e descumprimentos das leis vigentes, por políticos, visionários, religiosos e fanáticos -de um modo geral- que oram à Deus pedindo perdão por um pecado que não cometeram, mas que cometem um por mero prazer e ganância, escravos fiéis que são da ignorância maravilhada na ocorrência do improvável. Em suma: Considero como máximo desrespeito com a nação, o descumprimento das leis vigentes; considero absurdo e ultrajante o espúrio das leis, direitos, deveres e obrigações, além de ser hediondo o pouco caso que o Estado faz disso tudo. Mais: - O Estado é sumária e inexorávelmente responsável pela bombástica e evidente interferência, indireta que seja, de bancadas religiosas no desfecho das leis vigentes -ao que me refiro, por ora, a Lei 10.639, de 09 de janeiro de 2003. Portanto, considero o Estado covarde e incapaz. Fenômeno conseguido pelas anarquias. E essa tendência ao anarquismo tupiniquim têm que acabar!! Aécio Òrògúndé Rawlison World Human Rights AdvisorConselheiro Mundial dos Direitos Humanos WPO - Parlament World of Security and PeaceParlamento Mundial de Segurança e Paz - WPO
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