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Para poder responder a essa pergunta o melhor é dar uma vistas de olhos abrindo-os bem e reparar primeiro que não há educação nenhuma sobretudo agora que estamos contra a espada e a parede e que cada um se tenta safar como pode ou como melhor lhe dê jeito! Isto é o salve-se quem puder. "Mas e então, o que é que aconteceu à educação!?", perguntam-me de olhos esbugalhados como se eu fosse adivinha. "Não sei!", repondo. Fingindo assim ignorar por completo o seu paradeiro. Porém, esses olhos esbugalhados captam que eu minto. Que me escondo e por isso não me resta outra além de começar a jorrar toda esta utopia que me acompanha. Utopia por assim dizer! De utopia não tem nada. É simples! Simplificada até e é por isso que me olham como se fosse quem sabe alienígena. Contudo, eu tenho algo a meu favor: fui aluna, fui professora e agora sou professora e aluna ou aliás aluna e professora (de repente não sei bem a melhor ordem para me exprimir). E isto sim era o que a Educação poderia ser! Era só mesmo englobar os processos de ensinar e aprender em qualquer sitio e não apenas num só. Mas já imaginaram o que poderia acontecer!? Já imaginaram o que seriamos nós se não nos tivessem manipulado pelas garras da educação!? Que seriamos nós hoje e agora se não nos tivessem ensinado tanta coisa errada! ?Que seriamos nós se nos tivessem deixado brincar até nos cansarmos!? Que seríamos nós neste mesmo instante se nos tivessem deixado explorar toda a nossa criatividade!?Seriamos talvez um bando de anarquistas, sem eira nem beira, sem papeis, sem nacionalidade, sem propriedade, sem nada e aqui a coisa só funciona "tendo algo"! E isto é o que a educação nos ensina! Em nenhum momento se ensina a pensar, a contrapor, a ponderar. Ensina-se apenas a obedecer pois mais cedo ou mais tarde há que ir trabalhar numa coisa ou noutra. Aqui a predisposição para ser coveiro ou engenheiro conta muito pouco. O que conta é o salário ao fim do mês pois sem dinheiro para investir nas fraldas da criança ou numa ou noutra cerveja, como é que uma pessoa vai viver!!! Mas tudo isto nem é o pior! O pior é que este fenómeno pode ser observado "em qualquer sociedade e nos grupos
constitutivos destas, responsável pela sua manutenção e perpetuação a
partir da transposição, às gerações que se seguem, dos modos culturais
de ser, estar e agir necessários à convivência e ao ajustamento de um
membro no seu grupo ou sociedade". Ou seja para matar um mal assim tão enraizado a coisa mais fácil e quem sabe senão até a mais sensata a fazer é simplesmente não fazer nada! Considero-me por isso uma insensata. Estar aqui a escrever e sem ninguém que me dê um par de ouvidos parece coisa de ficção e ora aqui está uma palavra muito presente nos meus monólogos: ficção! "Que é isso da ficção!?", perguntam-me os olhos esbugalhados como se nunca antes tivessem escutado tal palavra. Ficção é no contexto deste monólogo o mesmo que educação. Atentos à definição: "a
educação é exercida para a
adequação do indivíduo à sociedade, do indivíduo ao grupo ou dos grupos
à sociedade. Nesse sentido, educação coincide com os conceitos de socialização, mas não se resume a este". Que quererá dizer isso de "não se resume a este"!?. É que assim de repente essa chamada "adequação" soa-me muito militar. Pois afinal que é isso de estar ou não estar adequado!? Por acaso alguém é mais adequado só por andar de uniforme!? Sim, assim é-se muito mais adequado!Pode-se dar cacetadas à vontade porque se é policia. Estar então adequado é estar muito bem educado, para quando chegar a hora ir-se vergar a mola, chegar a casa ao cair da noite, cair para a cama, porque amanhã...Amanhã é dia de trabalho! "Mas e então quem é que educa os nossos filhos!?!", preguntam-me os vossos olhos. "Gente de uniforme, gente bem adequada, gente sensata, gente realista, gente da banca, gente branca, gente preta. Gente! Gente que te pergunta constantemente: "O que é que queres ser quando fores grande!?". E aqui eu repondo: tudo menos gente".
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