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As doenças cardiovasculares - aquelas que afetam o coração e as artérias - como o infarto, acidente vascular cerebral, arritmias cardíacas, isquemias ou anginas - continuam sendo a primeira causa de mortes em todo o mundo. Em 2011 mais de 17 milhões de pessoas morreram em decorrência da condição. O dado faz parte de uma lista divulgada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre as principais causas de mortalidade. Segundo a OMS, as doenças cardiovasculares já lideravam o ranking de mortalidade em 2000. Preocupado com esses dados alarmantes, o governo da Holanda possui vários centros de investigação de saúde. Estes são ligados a universidades, com foco em ciências da saúde e da vida humana para o estudo e busca de soluções eficientes no combate às doenças cardíacas, cânceres, imunologia, neurociências e cuidados primários de saúde pública e cuidados de longo prazo. Um exemplo desse esforço é o Centro Médico VU de Amsterdã (VUmc), maior hospital do País. Nele, encontra-se o Instituto de Pesquisa Cardiovascular, ligado a Universidade Médica Centro (ICaR – VU), que conta com uma equipe multidisciplinar, compostas por médicos, professores, pesquisadores e estudantes.De acordo com a diretora conselheira ICaR-VU, Isabelle Vergroesen, nos últimos 20 anos, o instituto tem adquirido uma identidade sólida no campo da pesquisa cardiosvascular na Holanda e na Europa dedicada a proporcionar uma melhor educação, baseada em pesquisa e integrada a médicos e estudantes. “O centro dispõe de 18 campos diferentes de pesquisa, mais de 30 líderes de projetos, 135 estudantes de doutoramento, 265 profissionais na área da saúde, que buscam, incessantemente, a melhoria da função cardíaca na insuficiência cardíaca e melhoria da função vascular em doenças metabólicas”, diz.PesquisasO Icar-VU conta com várias áreas de pesquisa: insuficiência cardíaca, nebulina (proteínas do músculo esquelético), insuficiência cardíaca diastólica, cardiomiopatia hipertrófica, falência ventricular direita na hipertensão arterial pulmonar (PAH), imagem cardiovascular, vasos sanguíneos com vazamentos, síndrome coronária e reparação, aneurisma, reprodução aguda e função vascular, diabete mellitus e obsesity, pesquisa nutrição, doença renal crônica, aguda e cuidados perioperatórios.No entanto, durante o “mediatour” para jornalistas, realizado no instituto no dia 20 de janeiro, foram apresentadas três dessas pesquisas: imagem cardiovascular; falência ventricular direita na hipertensão arterial pulmonar (PAH); e diabete mellitus e obesidade.Segundo o professor Adriaan Lammertsma, o foco dos estudos em imagem cardiovascular é o desenvolvimento e validação clínica dos métodos de imagem inovadoras em vários grupos de pacientes com doenças cardiovasculares, para combinar informações anatômicas, funcionais e molecular.“Para obtermos informações utilizamos equipamentos de imagem híbrido em particular, o PET CT* e, mais recentemente PET MRI**. Hoje estamos em fase de teste com o MRI, ele não precisa injetar material radioativo nos pacientes, o que para nós está sendo uma grande promessa, inclusive para o tratamento de crianças”, observou. O grupo de pesquisa é multidisciplinar e composto por médicos , químicos, físicos , biólogos , farmacêuticos. O PAH é uma doença pulmonar rara e fatal: com três anos, a expectativa de vida de 58% dos pacientes é fatal, como resultado da falência do Ventrículo Direito (VD). O médico Erik Serné, um dos líderes do projeto, explica que a remodelação vascular pulmonar progressiva na PAH resulta em um aumento na pressão da circulação pulmonar.Para lidar com um aumento de quase quatro vezes, a pressão do ventrículo direito aumenta. Assim o VD não consegue manter-se, ocorrendo a falência. “Nosso estudo consiste em focar os mecanismos e tratamento de falência do VD e PAH , combinando imagem cardiovascular do ventrículo direito e da circulação pulmonar, por meio de hemodinâmica e ensaios clínicos”, explica.Diabete mellitus e obesidadeA diabetes tipo 2 e a obesidade (diabesity) são uma pandemia. Assim com as doenças cardiovasculares, elas são ameaças à saúde pública do século 21. Este grupo de pesquisa visa explorar novos mecanismos patofisiológicos, resistência à insulina e a disfunção de células B e sua ligação com o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. “Estamos buscando formas de ações preventivas e terapêuticas mais concisas para o tratamento da diabetes e obesidade”, conta o clínico químico, Rien Blankenstein.*O PET/CT, também conhecido por PET/SCAN, é um equipamento que une os recursos diagnósticos da Medicina Nuclear (PET) e da Radiologia (CT). Os exames PET (Tomografia por emissão de pósitrons) e CT (Tomografia computadorizada) são ambos ferramentas padrões de imagens que médicos utilizam para identificar estados de doenças no corpo. Um exame PET demonstra a função biológica do corpo antes que mudanças anatômicas ocorram, enquanto que o exame CT fornece informações sobre a anatomia do corpo como tamanho, formato e localização. Pela combinação dessas duas tecnologias de exames, um exame PET-CT permite que médicos diagnostiquem e identifiquem com mais precisão o câncer, doenças do coração e desordens do cérebro.** O PET MRI uma tecnologia de imagem híbrido, que não utiliza material radioativo. Ainda está em teste em vários locais do mundo - MRI imagem morfológica dos tecidos moles e PET imagem funcional.Mais informações sobre o ICaR VU no site www.med.vu.nl ou www.tto.vu.nl(Camila Cotta viajou a convite do governo da Holanda)
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