Cúmplices: para além das relações de dependências
(Miriam Subirana)
Miriam Subirana, buscou
estabelecer uma ponte histórica entre a construção social do papel do homem e
da mulher, e o resultado desta construção nos tempos atuais. Destaca o papel da
mulher que durante séculos estabeleceu que seria o gênero dependente, cuja a
finalidade de existência seria dar a própria vida pelos outros. A elas foi negada
a possibilidade de ser um sujeito de direitos, desprovidas de ideias próprias,
autonomia e para sua existência ser considerada era preciso ter um homem, um
homem que a introduzisse na vida social, política e lhe desse estabilidade
emocional, isso tudo através do casamento. No entanto, se antes o casamento
trazia a estabilidade, nos tempos atuais temos o divórcio como uma
possibilidade cada vez mais comum, pois
se tornou rápido e cada vez mais acessível a todos os casais. No entanto, ao
longo do livro, a autora descreve que uma separação pode ser a oportunidade
para que possamos mergulhar no nosso eu e olhar com atenção para as nossas
necessidades, para quem realmente somos, podendo a separação se tornar uma
oportunidade de crescimento, ao invés, de nos colocar em uma situação de
vulnerabilidade seja ela emocional ou social. Ela descreve os sentimentos que
podem surgir quando somos descartados de uma relação e como poderemos lidar com
esses sentimentos, de forma que essa experiência nos propicie crescimento
enquanto pessoa, em um processo de auto-conhecimento. Ao longo do livro, a autora
nos convida a nos conectar com nós mesmos, pois estando em comunicação direta e
livre com aquilo que queremos para nós, aquilo que nos faz feliz, teremos mais
chances de estar satisfeitos com nós mesmos, ao passo que o contrário disso, ou
seja, quanto mais nos afastamos daquilo que queremos para atender as
necessidades dos outros, mais insatisfeitos ficaremos com nós e com os outros.
Pois, essa obrigação de atender as necessidades dos outros pode ser a nossa necessidade
de nos manter conectado ao alguém, para não nos sentirmos sozinhos, no caso das
mulheres de não se sentirem preteridas nessa sociedade que ainda idealiza o
casamento, idealiza o casal e principalmente quanto este tem filhos. O papel
desempenhado pelos homens também é descrito como uma criação social, a eles foi
delegado o papel de líderes, da necessidade de estar sempre competindo e com a
necessidade de ganhar e prover, e para desempenhar esse papel devem utilizar de
agressividade seja física ou intelectual, características que afastam os homens
de seus sentimentos, de suas necessidades, isto tudo para corresponder a essa exigência social.
A sociedade atual moldou o desempenho dos papéis para a busca da satisfação
externa, com isso temos um consumo desenfreado seja de bens materiais, relações
artificiais, como também do uso abusivo de substâncias que entorpecem e anestesiam o sentido da vida. A autora nos
convida a repensar nossa atuação, buscando primeiro nosso eu, nossas reais
necessidades, sentimentos e desejos, para a construção de um sujeito autônomo e
que pertença a si mesmo.
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