Professoras de Educação Infantil: Entr
(Ana Beatriz Cerisara)
A obra de Ana Beatriz Cerisara: Professoras
de Educação Infantil: Entre o Feminino e o Profissional a partir de suas
preocupações advindas do fato de ser pesquisadora e professora, revelou preocupação
em relação à formação profissional em relação daquelas que atuam com as
crianças, ampliando com obra o debate em torno das exigências estabelecidas pela LDB (Lei 9.394/96).
Diz
Cerisara (2002, p. 12-13) que:
Até o ano de 2007 todos os
profissionais que atuam diretamente com crianças em creches e pré-escolas,
sejam eles auxiliares de sala, do desenvolvimento infantil, ou com
qualquer outra denominação, passarão a ser considerados professores e deverão
ter formação específica na área.
Esclarece a autora que enorme parcela de
profissionais, nem sequer conclui o Ensino Fundamental, e infelizmente passaram
a existir inúmeros cursos e Instituições oferecendo em pouco tempo a conclusão
dos estudos. Fica em aberto a questionamento: - Será que realmente a formação
oferecida é de qualidade?
A
pesquisadora baseia-se em trabalho realizado em Florianópolis, onde evidenciou
a atuação de diferentes profissionais junto às crianças na mesma sala. Cerisara, menciona a necessidade de romper com a tendência dos últimos tempos de
considerar todo trabalho feminino, aquele que guarda as características do
trabalho doméstico. Diz à autora que:
O esforço é no sentido
de refletir as respeito da positividade dessas formas femininas de
relacionamento e de organização do trabalho dos profissionais, em especial para
o trabalho que devem realizar com crianças de 0 a 6 anos. (CERISARA, 2002, p.
20).
Inicia debatendo a constituição de
identidade de gênero, a qual significa considerar, que, além de uma categoria biológica,
o gênero é uma categoria histórica. Ao pesquisar sobre as educadoras de 0 a 6 anos, percebe-se que é
necessário que a profissão se constitua em uma identidade pessoal,
impossibilitando que continue a existir a desvalorização de tais funções.
Segundo
CERISARA (2002, p. 34) o próprio processo de socialização supõe que sejam
apresentados de um lado às meninas nas velhas posições tradicionais, cita:
Em seu cotidiano, as mulheres, ao
fazerem tentativas de compor as expectativas de feminilidade, entendidas como
submissão, dependência, domesticidade e passividade, com meios adequados para
alcançar auto-estima, pelo sucesso no mundo competitivo e não doméstico do
trabalho, manifestou atitudes tanto de acomodação quanto de resistência.
Essa contradição é evidenciada em todas
as mulheres trabalhadoras independente de poder aquisitivo. È salientado que
quando uma professora atua em creche, tem que ser levado em conta às funções
que exerce, para que possa ocorrer uma verdadeira identificação profissional, sem
comprometer a qualidade dos serviços prestados para as crianças.
A
partir das entrevistas que a autora realizou constatou que quanto às escolhas
profissionais, ocorreu a não escolha e que o ingresso em creche é uma
decorrência e não o ponto de partida para a escolha. E todas concordaram que a
cuidar de crianças é função feminina e por isso é assim nas escolas públicas.
Os
depoimentos obtidos das auxiliares de sala e das professoras demonstram que, as
primeiras tem como referência central o trabalho doméstico e as professoras
entre o trabalho doméstico e o público. È dedicado espaço especial para
discutir a creche como zona limite entre família e Estado, observando-se que
nas últimas décadas as famílias e as instituições educativas, incluindo as de
educação infantil muito alteraram-se, sendo por isso necessário delimitar as
responsabilidades entre a família e as profissionais de educação. A autora também pesquisou a opinião sobre
as diferenciações entre ser profissional e ser mãe, questionando a afetividade
e a competência, onde constata:
Os depoimentos revelam uma
compreensão de que deve haver diferença entre esses dois papéis, de
profissional e de mãe, mesmo que muitas vezes elas se sintam confusas quanto a
isso. Na verdade, as práticas acabam determinando esta confusão, uma vez que
faltam elementos teóricos para que possam traduzir os fundamentos dessas
diferenças.
Assim percebe-se que afetividade e competência
combinam juntas e o resultado é uma educação de significado. Referente aos
conceitos de profissional de educação infantil, os depoimentos das profissionais
do caso pesquisando RMEF (Rede Municipal de Educação Infantil de Florianópolis)
é que falar de professor de educação infantil é diferente de falar do professor
das séries iniciais.
No
texto a dinâmica das relações entre profissionais de educação infantil verifica
que a dinâmica das relações entre auxiliares de sala e professoras junto aos
grupos de crianças nas instituições de educação infantil é considerar as
mulheres também excluídas das dimensões públicas e políticas da sociedade e que
vivem relações referidas à dimensão doméstica e familiar da vida privada.
De
acordo com os depoimentos não há quase divisão de tarefas entre as auxiliares
de sala de aula e as professoras, a não ser o planejamento, que é realizado
pelas professoras. Ainda, pode-se dizer que existe uma posição de subordinação
da auxiliar de sala em relação à professora, decorrente da habilitação e da
remuneração diferenciada.
É
destaque, a diferenciação que existe nas Instituições de Florianópolis,
manifestadas por relações de subordinação e dominação entre as auxiliares de
sala e professoras decorrente da experiência e da formação. Acrescentando a
este fato aquelas profissionais que fazem cursos, às quais são movidas pela
possibilidade de crescimento profissional e aumento salarial.
Neste
sentido diz Cerisara (2202, p. 99): “No entanto, há uma busca de qualificação
das oportunidades de formação num esforço por encontrar bases e orientações
para o exercício de uma função que se encontra em transição”. Vê-se, que faz
parte do cotidiano das funcionárias o aperfeiçoamento, em busca de valorização.
A autora entre inúmeras considerações, cita-se aquela que abrange toda a
dimensão do espaço feminino:
Tentar traçar o perfil das
profissionais de educação infantil significou considerá-las em seu contexto sociocultural,
incluindo também a existência de contradições sociais como as oposições de
gênero, raça, idade e classe social.
Rosicler F. T. P. Schäfer 28?03/2014
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