Energia RENOVÁVEL E POBREZA
(Bjorn Lomborg)
No artigo “Energia Renovável
e Pobreza” o autor B. Lomborg cita a declaração do Secretário geral das Nações
Unidas, Ban Ki-moon lembrando que os mais afetados pelas mudanças climáticas
são os pobres, isto porque eles são os
mais vulneráveis e os que menos recursos tem para adaptar-se às mudanças. Chama
a atenção para o fato de que todos se esquecem as políticas atuais contra o
aquecimento global estão provocando um grande aumento dos custos da energia em prejuízo
dos mais pobres. Exemplo: A geração de energia solar e eólica recebeu $60.000
milhões em subsídios só no ano de 2.012. Isso significa que o mundo gastou em
energia $60.000 milhões mais do que o necessário. E como os benefícios climáticos
obtidos equivalem a escassos 1.400 milhões de dólares, se perderam $58.600
milhões. Além do mais, se usaram $19.000 milhões em subsídios aos
biocombustíveis, sem qualquer beneficio da saúde, contrato de mais professores,
fazer rodovias e reduzir impostos.
Obrigar que todos comprem energia mais cara e menos
confiável eleva os custos em todos os setores da economia e deixa menos
dinheiro disponível para outros benefícios públicos. Em média, os modelos macroeconômicos
apontam que a partir de 2020 até o fim do
século, o custo total da política climática da U. Européia será de 209.000
milhões de Euros ($280.000 milhões) por ano, cujo peso recai sobre os pobres do
mundo já que aos ricos é fácil pagar mais pela energia que usam.
Expressa surpresa ao ver ambientalistas bem intencionados e de bom
poder econômico afirmar, com desenvoltura, que é preciso duplicar os preços da
gasolina ou defender que toda a eletricidade seja gerada a partir de fontes ecológicas
caras. Medidas, que talvez sejam bem recebidas pelo rico condado de Hunterdon,
Nova Jersey, cujos habitantes só gastam 2% do seu salário em gasolina. Mas, os
30% mais pobres da população pobre dos Estados Unidos gastam em impostos quase
17% do que ganham.
Os ambientalistas comemoram que famílias do Reino Unido
reduziram o consumo de eletricidade quase 10% desde 2005. Mas esquecem citar
que isto corresponde a 50% do aumento dos preços da eletricidade, que se gasta
principalmente em elevar o uso de energias renováveis de 1,8% a 4,6% do total. Mas
a realidade é que foram os pobres quem reduziu o consumo, além de ter que
enfrentar um aumento de 63% nos custos da calefação de suas casas enquanto que
seus salários reais diminuíram. E, os comparativamente mais pobres como os pensionistas
necessitados devem queimar livros para se aquecer (mais baratos que carvão) e
passam o dia andando de ônibus com
aquecimento e uma terça parte deixou de calafetar seus lares.
Na Alemanha, onde este ano
os subsídios ecológicos custarão 23.600 milhões de euros, os preços da
eletricidade aumentaram 80% desde 2000, o que levou a 6,9 milhões de famílias a
viver em pobreza energética. Os bávaros ricos,
donos de suas casas, podem sentir-se orgulhosos de seus ineficientes
painéis solares, enquanto recebem generosos subsídios que, basicamente, são pagos
pelos inquilinos pobres do Rhur, que não tem dinheiro para comprar um painel
solar, e além de ter que pagar mais pela eletricidade. Na Grécia, onde o aumento dos impostos a ‘fueloil’
aumentou 48% do custo de calefação, cada vez mais atenienses cortam árvores nos
parques para fazer fogo, triplicando a contaminação do ar.
Mas a pior parte do custo
das políticas climáticas fica com os países em desenvolvimento, onde três
bilhões de pessoas não têm acesso a fontes de energia barata e abundante,
perpetuando a pobreza. Para cozinhar e manter-se aquecidos devem queimar ramagens
e esterco, produzindo alto nível de contaminação do ar domestico o que provoca
3,5 milhões de mortes ao ano; este é o principal problema ambiental do mundo. Além
de privar a população pobre de vários benefícios, da criação de empregos, do
crescimento econômico. É o caso do
Paquistão e África do Sul, onde a falta de capacidade de geração produz frequentes
apagões que prejudicam a atividade das empresas e provocam perda de postos de
trabalho. Apesar disso, muitos ocidentais bem intencionados e seus Governos tem posto inúmeros entraves
ao financiamento de novas usinas de carvão em ambos países e sugerem o uso de
fontes renováveis de energia como solução alternativa. Mas, nos próximos dois
anos, a Alemanha construirá dez novas usinas de carvão para gerar eletricidade.
Em 1971, 40% da energia
consumida na China era de fontes renováveis. A seguir a China incrementou um
explosivo crescimento econômico apelando quase que exclusivamente ao uso do
carvão, tirando da pobreza 680 milhões
de pessoas. Hoje a China obtém do sol e do vento insignificantes 0,23% da
energia que consome. Em troca, a África obtém 50% de fontes renováveis e
continua sendo pobre.
Nova análise do Centro para
o Desenvolvimento Global mostra a falta de interesse pelos pobres do mundo. Investindo em
energias renováveis, podemos tirar uma pessoa da pobreza com cerca de 500
dólares. Mas gerando energia com gás, esse mesmo valor permitirá tirar da
pobreza mais de quatro pessoas. Por pensar apenas no clima, deixamos
deliberadamente a mais de três de cada quatro pessoas na escuridão e na
pobreza.
Conclusões - Resolver de
maneira efetiva o aquecimento global demandará inovações em longo prazo que
coloquem a energia limpa ao alcance de todos os pobres do mundo. Enquanto isso
não ocorra, gastar enormes fortunas a custa dos pobres do mundo não é nenhuma
solução.Nota: Bjørn Lomborg é professor adjunto
da Escola de Administração de Empresas de Copenhague, fundador e diretor do Centro de Consenso de
Copenhague, e autor de vários livros.
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