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Ciranda de Pedra
(Lygia Fagundes Telles)

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Ciranda de Pedra, de Lygia Fagundes
Telles, a obra conta a
trajetória de Virgínia filha de um casal separado, Laura e Natércio, a sua
infância é marcada pela tristeza e solidão. Quando da separação, Laura foi
viver em casa de Daniel, seu antigo médico, levando consigo Virgínia.

Na
casa de Daniel, Laura conta com Luciana, empregada antiga e dedicada, para os
cuidados tanto do dia-a-dia doméstico, quanto para com Virgínia. Luciana exerce
grande influência no espírito da menina. Laura muito doente tem seu estado de
saúde agravado, mesmo com o zelo de Daniel, que recorre a todos os seus
recursos financeiros para as despesas de saúde que exigem o estado de sua
querida paciente.

Sendo
assim, a infância de Virgínia é marcada por grandes dificuldades financeiras
que não permitem à menina realizar pequenos desejos e sonhos, por exemplo,
trocar a mobília, o dinheiro de Daniel era utilizado para o tratamento de sua
mãe; assim na solidão em que vivia, gerou profundo sentimento de rejeição, Virgínia
não se sentia aceita nem na casa de seu pai nas visitas semanais que lhe fazia.

Os
sentimentos e conflitos são apresentados quando a autora narra detalhes de
Virgínia, como o fato de possuir duas irmãs, Bruna e Otávia que vivem em
companhia do pai, Natércio. O pai, advogado conceituado, em ótimas condições
finaceiras, sendo que as duas irmãs vivem em melhores condições, enquanto
Virgínia usa roupas reformadas da mãe, ou das irmãs, bem como os móveis de seu
quarto, que são "sobras" do quarto reformado de Otávia, as irmãs,
utilizam tudo novo.

Seu
sofrimento e amargura se afloram tanto mais quando de suas visitas à casa de
Natércio, muito grande e bonita, com vasto jardim onde existe uma ciranda de
anões de pedra com uma fonte, local que ela costuma com frequência
visitar. Apesar da ciranda de anões que ela ama, Virgínia sente-se muito desconfortável,
na presença das irmãs que a hostilizam e nas quais ela só vê qualidades,
enquanto que ela, Virgínia, ao seu modo de ver, só tem defeitos.

Também não
consegue de Natércio, gestos de carinho e afeto de que ela tanto necessita e
que ele não oferece, posto que é um homem muito convencional e severo. Angústia
e solidão são estes os sentimentos que Virgínia conhece quer na casa de
Natércio quer na casa de Daniel.

Na
casa de Daniel, a menina não pode sequer aproximar-se da mãe, pois esta tem
raros momentos de lucidez. Seu relacionamento com Daniele distante, com quem
até hesita em alguns momentos, entre o desejo de ter alguma atitude mais
afetuosa, recuando, com dúvida de como seria recebido seu gesto.

O
sonho de Virgínia, nessa época, se resume entre o desejo de ir morar com o pai
e as irmãs, e, o que seria a realização máxima, a recuperação de sua mãe com o
consequente retorno das duas para aquela casa e a família novamente
reunida. Porém, o estado de saúde de Laura se agrava, fazendo com que
Virgínia realize parte de seu sonho: ela volta a morar naquela casa, passando a
conviver com as irmãs, Bruna e Otávia, com Fraulein Herta (a governanta), e os
amigos Conrado (por quem é apaixonada), Letícia (irmã de Conrado) e
Afonso.

No
momento em que Virgínia
volta a morar naquela casa, ela se dá conta de que aquele ambiente familiar com
o qual ela sonhava, era uma ilusão. Sentindo-se rejeitada pelas irmãs, que
criticam a mãe por ter-se separado do pai, e sem receber de Natércio o afeto,
apoio e carinho que esperava, a menina percebe que não há lugar para ela nesse
fechado círculo. Compara a ciranda de anões de pedra do jardim, que era sua
paixão, com o grupo tão fechado formado por Bruna, Otávia, Afonso, Letícia e Conrado.

Nesse
conflito de sensações que, duas semanas após a sua chegada àquela casa,
Virgínia recebe a notícia da morte da mãe, seguida do suicídio de Daniel. Nessa
circunstância que Luciana (que era apaixonada por Daniel), num momento de
profunda dor, revela à menina, durante uma visita, que Daniel era seu
verdadeiro pai. Virgínia, então, mais sozinha do que nunca e, dando-se
conta que jamais seria aceita no grupo, da maneira que desejava, pede a
Natércio que a interne no colégio, pedido este que é por ele aceito.

Na
segunda parte do romance tem início com uma Virgínia já adulta deixando o
colégio e voltando para a casa de Natércio. Acreditando que já havia superado
todas as suas angústias chega àquela casa, mas não demora a perceber que o
grupo continua fechado: uma ciranda de pedra mais rígida que nunca. Bruna,
ainda mais moralista, havia se casado com Afonso. Otávia, alienada,
dedicava-se à pintura e a alguns amantes ocasionais. Natércio, envelhecido, já
não trabalhava mais. Frau Herta estava doente, só e abandonada em um cômodo
sujo e pobre de um bairro afastado. Letícia, agora, ao esporte, era uma
tenista premiada. E Conrado, seu grande amor de infância, amor que ardia ainda
em seu coração, vivia isolado, recuado, com sérios problemas sexuais. Ao retornar
Virgínia para o grupo familiar reabriram-lhe as antigas feridas. Mas, percebe
a real face de cada componente da ciranda, suas fraquezas, suas amarguras. Cada
máscara se rompe. Ela se dá conta do que, na verdade, se escondia por trás
daquela hostilidade e rejeição, Virgínia era desejada por todos ao mesmo tempo
e, por isso, temida.

Aos
poucos, surge uma Virgínia mais amadurecida e forte, independente e
segura. Abandona, por fim, as tentativas de sua entrada nesse círculo
fechado, decidindo-se por uma longa viagem, sem perspectiva de volta. Não mais
a ciranda de pedra, não mais o desejado jardim, não mais os sonhos. Sem o
desejo por Conrado. Tudo havia ficado no passado. Mas, como uma rocha, em suas
lembranças estaria gravado. "...um dia, um besouro caiu de costas. E
besouro que cai de costas não se levanta nunca mais".







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