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As Diabólicas
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Sinopse. Suspense. Cansada
das humilhações e maus tratos que vem sofrendo nas mãos do marido Michel, a
frágil e recatada Christina Delassalle, professora do internato para meninos sustentado
por ela e dirigido por ele, decide se associar à sensual e decidida Nicole
Horner, colega no internato. Amante do marido de Christina – e com o
conhecimento desta –, Nicole também sofre violências de Michel, e no intuito de
vingar-se elabora um plano para matá-lo. Assim, com o intuito de tirar uns dias
de folga, as duas viajam para a propriedade que Nicole mantém numa região
afastada. Lá, com a desculpa de querer o divórcio, Christina atrairá Michel e,
após dopá-lo, o afogará na banheira com a ajuda de Nicole. Ao retornar para o
internato, à noite, as duas jogam o corpo na piscina da escola, na esperança de
que alguém o encontre e a morte seja considerada um acidente. Passados dois
dias, sem que o corpo, que afundara na água, apareça, Christina manda esvaziar
a piscina. E, para surpresa de ambas, o corpo de Michel não está lá.



Comentário. Quando lançou As Diabólicas (Les Diaboliques, França, 1955), o diretor Henri-Georges Clouzot
vinha de outros filmes de suspense, chegando a ser visto pela crítica como “o
Alfred Hitchcock francês”. O apelido chegaria ao próprio Hitchcock, que,
fascinado por As Diabólicas e obcecado
em superá-lo, realizaria, cinco anos depois, a obra prima Psicose.



Ainda que se toquem aqui e ali e a
história do cinema vá sempre comparar um com o outro (Psicose é mais exuberante, menos sutil e mais violento), não é difícil
compreender o porquê da admiração do mestre do suspense. Escrito por Clouzot,
Jérôme Géronimi e a colaboração de René Masson e Fréderic Grendel, o roteiro,
baseado em romance de Pierre Boileau e Thomas Narcejac (autores cujo romance D’Entre les Morts se tornaria o Um Corpo que Cai, de Hitchcock), parece
ter sido minuciosamente construído a fim de atrair o espectador para um lado e
depois jogá-lo bruscamente (numa fortíssima cena final) para outro. Excelente
exercício narrativo, As Diabólicas
deve ter dado a seu diretor (que optou pelo preto e branco da mesma forma que o
colega faria em Psicose) o mesmo
prazer de manipular a emoção e o raciocínio da plateia, levando-a da aflição ao
puro horror.



É um filme ousado para a época,
mostrando um pervertido relacionamento a três que ninguém no internato
desconhece, sendo a todo instante motivo de comentários maldosos, tanto dos
funcionários quanto dos alunos. Na verdade, ninguém ali é muito inocente, do
zelador que mistura água ao vinho do patrão ao menino que fez um furo na parede
do banheiro em casa para ver nua a própria irmã. Sem contar o carrasco
representado por Michel, tipo odioso, cujo sumiço não deixa de ser visto com
bons olhos por seus empregados. Completa a indigesta atmosfera uma série de
diálogos onde predominam a misoginia, a desconfiança e o rancor.



Porém, quando Nicole e a relutante
Christina (vividas por Simone Signoret e Véra Clouzot, a esposa brasileira do
diretor) dão início ao plano mortal, o espectador é levado a compartilhar com
elas uma série de momentos de agonia. Seja na propositalmente demorada cena do afogamento
de Michel na banheira, ou na do cesto caindo e quase revelando o corpo que traz
em seu interior, ou ainda na inconveniente intervenção do carona bêbado,
percebe-se a bem sucedida intenção de provocar a aflição na audiência. Principalmente
na segunda metade do filme, em que as duas parceiras do crime passam a ser
atormentadas por um mistério assustador.



Ainda que assistir, hoje, As Diabólicas não cause tanta comoção
quanto na época de seu lançamento, percebe-se a qualidade do filme também pelo
que ele faria com o cinema que viria depois. Os recursos deste clássico de
Henri-Georges Clouzot até hoje são repetidos, citados, referenciados, plagiados
ou homenageados (houve mesmo uma refilmagem norteamericana em 1996, com Sharon
Stone e Isabelle Adjani), chegando a se transformar em fórmula para o gênero. Curiosidade: comenta-se que o bonachão Inspetor Fichet, detetive aposentado que toma para si o caso do desaparecimento de Michel, seria a inspiração para o seriado Columbo. Ele também lembra muito o Tenente Kinderman, personagem de O Exorcista. Outra curiosidade: os créditos finais de As
Diabólicas são um apelo para que o público não conte a ninguém o final do
filme. Mesma iniciativa que Hitchock utilizaria, durante a divulgação de... Psicose.



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