Tecnologia e inclusão 
(Amauri Nolasco Sanches Junior)
  
Como um tecnólogo –
 sim, sou formado em técnico de informatica – mas o que vimos na
 abertura da Copa é simplesmente ridículo. Não se sustenta o
 argumento que a Globo mostrou pouco, que a Fifa não deixou andar no
 gramado para não estragar, simplesmente, foi uma vergonha para a
 ciência brasileira. Nenhum exoesqueleto lá fora, os testes foram
 com dois homens segurando para o paraplégico dar um chute com 20
 segundos de demonstração. 
 
 
 
 
 Lembro que quando
 assistia Jornadas nas Estrelas-A nova geração, existia um
 personagem que era cego e via através de oculos que eram implantados
 direto no sensor cerebral, fazendo com que a visão dele normal. Em
 2250 pode até acontecer, porque avançaremos muito nessa área, mas
 em 2014 é muito longe para isso e ninguém espera muito. Não vi
 nenhum desenvolvimento na parte cibernética porque haveria pelo
 menos, pelo que vi lá fora, o rapaz usar muletas e não dois homens
 segurando em um ponto bem no fundinho do campo. Como a inclusão pode
 ser levada a sério com esse tipo de coisa?
 
 
 
 
 Mas o que esperar de
 uma nação que trata as pessoas com deficiência com tanto descaso,
 como se contentacemos em ficar sempre em um lugar reservado lá nos
 fundos da festa. E não é só a Copa não, é o descaso no
 transporte adaptado, o descaso de uma reabilitação de verdade que
 não abrange médicos de outras áreas, porque ainda, as pessoas com
 deficiência não é mulher para consultas com o genecologista, não
 somos homens para termos urologistas, não temos nem o direito de
 tirar um Raio X. Não temos sexualidade, não ficamos gravidos
 porque não temos pré-natal, não temos direto de ir e vir, de ter o
 direito de nem ir no museu destinado a nós, porque só temos o
 direito de sair de semana. É uma vergonha que que o único país que
 tem como emenda constitucional a Convenção da ONU dos Direitos das
 Pessoas com Deficiência, fazer esse tipo de papelão e essa palhaçada
 que fizeram em cima de nossas deficiências. 
   
 
 
 
 
 E Ronaldo, não estamos
 presos em uma cadeira de rodas, nossas cadeiras são nossas
 pernas...não diga besteiras! 
 
  
 
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