Corpo de Bombeiros usa estatística para melhorar segurança SC
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Florianópolis/SC - Em que tipo de edificações e em qual período ocorrem a maioria dos incêndios? Quais as origens mais comuns destes sinistros? Para responder a estes questionamentos e contribuir para aperfeiçoar as politicas de prevenção e combate a incêndios em Santa Catarina, de forma a minimizar os impactos sociais e econômicos destas ocorrências, o Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC) está se estruturando para construir uma base de dados integrada sobre os sinistros desta natureza registrados no Estado. A origem das informações a serem reunidas, analisadas e monitoradas são os laudos elaborados pelo Serviço de Inspeção e Perícia de Incêndios da Corporação. Os documentos relacionam dados resultantes da investigação realizada no local sinistrado revelando informações como as causas e sub-causas dos incêndios, zonas de origem, horários de registros, agentes ígneos, entre outros. Reunidas, estas informações podem revelar padrões comuns às ocorrências e, com isso, indicar iniciativas que podem contribuir para a prestação de melhores serviços.Chefe da Divisão de Perícias da Diretoria de Atividades Técnicas (DAT), Tenente-Coronel BM Vanderlei Vanderlino Vidal explica que a iniciativa vai permitir o fechamento do chamado “ciclo operacional do bombeiro”, formado por quatro fases: Fase Normativa (elaboração de normas de segurança); Fase Estrutural (instalação de sistemas preventivos em edificações e o preparo para a resposta em caso de sinistro pelo CBMSC); Fase Reativa (registro do sinistro, com a utilização dos sistemas instalados e meios operacionais de combate); Fase Investigativa (serviço de perícia, que avalia se as fases anteriores funcionaram a contento).A partir dos relatórios e da inclusão e monitoramento sistemático dos dados sobre os incêndios será possível, melhor organizar programas de prevenção e educação pública, além de propor mudanças na legislação e a evolução das técnicas operacionais.Dados x análiseUm dos exemplos recentes do resultado da atividade foi o relatório concluído neste mês de julho (2014) na área do 2º Batalhão de Bombeiros Militar, com sede em Curitibanos. Responsável pela revisão técnica dos laudos periciais na Unidade, 1º Tenente BM Willian Leal Nunes, relacionou com o apoio dos inspetores de incêndio os dados referentes às 57 ocorrências de incêndios combatidos por Bombeiros Militares na região.As informações globais foram reunidas e, a partir delas, identificados os padrões comuns à maioria das ocorrências. Foi observado, por exemplo, que dos registros do período a maioria ocorreu entre 21h e 03h em residências unifamiliares e não envolveram, por exemplo, instalações de GLP.Além das vidas salvas, o levantamento comprovou em números a importância do serviço prestado pela Corporação para a diminuição dos danos econômicos gerados pelos incêndios. “As guarnições conseguiram preservar mais de R$ 10,5 milhões em patrimônio, o que prova que os investimentos no CBMSC trazem um retorno palpável também relativo aos bens materiais salvos”, ressalta o Revisor Técnico do 2ºBBM. Sistema informatizadoEm breve, a reunião dos dados ocorrerá de forma informatizada através do módulo “Perícia” do Sistema E-193, programa de gerenciamento de ocorrências desenvolvido pela Divisão de Tecnologia da Informação (DiTI). “Toda a ocorrência de incêndio irá gerar um registro de perícia automático. Após a realização da investigação do incêndio, o Bombeiro Militar responsável irá inserir os dados levantados in loco no sistema, que providenciará os relatórios estatísticos para a análise interna e divulgação externa, conforme o caso”, explica Tenente-Coronel BM Vanderlino.Serviço de Perícia de incêndios no CBMSCTecnicamente atrelado a DAT, que capacita os inspetores de incêndio e presta assessoria técnica aos Batalhões BM, o Serviço de Inspeção e Perícia de Incêndios do CBMSC existe desde 1996. À época, a Corporação chegou a manter em Florianópolis um Laboratório de Perícia e Pesquisa em Incêndios onde eram realizados estudos especializados sobre o tema.Nos anos que se seguiram, o serviço acabou estruturando-se de forma autônoma nos BBM, conforme a capacidade técnica e o efetivo de cada Unidade. No 1º Batalhão de Bombeiros Militar em Florianópolis, por exemplo, o serviço teve grande impulso a partir de 2011. Desde então existe plantão próprio de inspetores de incêndio, com mais de 500 ocorrências periciadas até o momento.Para padronizar as ações do Serviço de Inspeção e Perícias de Incêndios em todo o Estado, permitindo a geração de conhecimento a partir dos dados reunidos nos laudos periciais, o Comando-Geral editou em 2013 a Diretriz Operacional número 24 (Acesse AQUI). A norma interna determina, entre outros itens, a investigação de todos os incêndios em edificações e a produção de relatórios físicos e virtuais, de forma permitir melhor gestão do conhecimento acerca dos incêndios no Estado.
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