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The Negro Speaks Of Rivers
(langston hughes)

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1-Neste poema Hughes faz uma alusão aos rios profundos e sombrios, ao sol poente, ao sono, e à alma. "The Negro Speaks of Rivers" dá-nos a ideia imediata da morte e, mas o seu conteúdo são murmúrios de imortalidade. Como na filosofia de Whitman, somente o conhecimento da morte pode dar o primeiro sopro à poesia e à vida. Aqui Hughes torna-se "the outsetting bard,"no dizer de Whitman, o poeta que canta a vida porque no mínimo conheceu a morte. Trata-se aqui de morte no sentido figurado, da opressão espiritual, da asfixia do preconceito.
Dividido entre o conhecimento do amor e da morte, a vontade poética dobra a sua força. Das profundezas da dor o poeta retorna à vida agarrando-se à sua grande fé, que reside no seu povo e no seu senso de lealdade para com eles. O seu frágil e intimidado ego, assim como a imagem do seu pai, são liquidados. Nasceu um primogénito, de falar suave, quase casual, no entanto nobre e orgulhoso, e negro como África. O rio barrento é a sua raça, a primeira fonte da qual ele nasceu novamente, daquele seio lamacento("muddy bosom") da raça como mãe negra, onde ele pode descansar, seguro para sempre. O ângulo do sol na água turva, é como o ângulo da visão do poeta, que vira de lama para ouro. A dicção do poema é simples e desafectada de dialéctica ou de excesso retórico. A sua eloquência é semelhante à dos melhores espirituais negros.
Este poema fala de herança e de força, é uma evocação sonora das essências transcendentes e intemporais, anteriores á raça humana, maiores que a memória humana. Os rios são parte do corpo de Deus, e participam na sua imortalidade. São as analogias terrestres da eternidade: profundos, contínuos e misteriosos. Estão nomeados por ordem da sua associação com a história dos negros. O homem negro bebeu as essências poderosas dos rios, e por isso ficou também imortal. Ele e os rios tornaram-se um. A transformação mágica do Mississipi de lama em ouro pelo reflexo do sol é espelhada na transformação dos escravos em homens livres pela proclamação de Lincoln ( e na poesia de Hughes, na transformação de cabarés acanhados em palácios luxuosos, de dançarinas em rainhas e sacerdotisas pelo feitiço da música negra). Do desespero nasce o Sonho.
A alma do homem negro aprofunda-se, assim como os rios se aprofundam com o tempo; como as suas águas fluem incessantemente, a alma do negro resistirá. A lama a dor e o sofrimento contribuem para o aprofundamento da alma, preparam-na para a transformação em ouro.
O homem negro viu o nascer e a queda de Civilizações desde tempos remotos, e sobreviverá mesmo nesta América. Este poema insinua uma ligação mística entre os negros de todos os tempos e todos os lugares. Remonta a sua história á criação do mundo, e credita a sua ideia com o possuir de um conhecimento tão profundo como o dos rios, dos maiores rios da civilização que a humanidade conhece, do Eufrates ao Nilo, do Congo ao Mississipi...A alma do negro nos seus poemas torna ao Eufrates, torna a uma era pré- racial longínqua de ser branca ou negra.
A água do rio é a metáfora da fonte da vida, "My soul has grown deep like the rivers? é uma subtil alusão aos males da escravatura e do racismo. a primeira vez que o refrão aparece no poema, segue a asserção do poeta de que ele conheceu rios "ancient as the world and older than the flow of / human blood in human veins." O poeta identifica-se e identifica a sua negritude com os primeiros seres humanos. A segunda vez que aparece este refrão é depois de fazer referência ao Mississipi, a New Orleans, e a Abe Lincoln.
Por fim, ele coloca o refrão no fim do poema para nos dizer que não é o mesmo homem que se banhou no Eufrates, e construiu a sua cabana perto do Congo. Agora ele é o homem que experimentou a escravatura e o racismo, a sua alma carrega a dor desta experiência.
A maioria das consoantes são suaves,(os d, os n, os l, os s), quanto às vogais o ?o longo é recorrente emprestando á voz um efeito envelhecido, milenar(incrível este efeito conseguido porum poeta com dezassete anos). Aproximando, na forma natural com que empresta a oralidade à poesia, a sua voz e as correntes dos rios, ambas vindas do Longínquo, ambas a fluírem para o Sonho, em viagem vagarosa entre o passado e o futuro.



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