Dialética da inclusão 2 – A lei de Cotas “idealista” 
(Amauri Nolasco Sanches Junior)
  
O
 filósofo alemão Hegel, tinha uma dialética muito obscura porque
 visava muito o pensamento do que a prática, e não seria diferente
 quando ele analisa o
 trabalho do ser humano. Para ele – mais tarde Marx concordaria em
 partes – o homem transforma ativamente a realidade, mas que dá o
 ritmo dessa transformação em ultimo caso é a realidade objetiva
 (ato). Só que Hegel via o
 movimento de tudo como se esse movimento não fosse o movimento
 humano com suas escolhas e sim, um movimento do tempo e das
 circunstancias. Marx – sim
 o velho Marx tão criticado e pouco compreendido e estudado de
 maneira correta – concorda que o trabalho é a mola impulsionadora
 do ser humano em se desenvolver e
 fazer a si mesmo. O trabalho é
 o núcleo das formas complicadas para compreender as diversas formas
 humanas, pois no trabalho se
 acha tanto a resistência,
 como o poder do sujeito de encaminhar com habilidade e persistência,
 uma superação dessa mesma
 resistência. Se não fosse o trabalho, não haveria um relação
 entre o sujeito e o objeto. 
 
 
 
 
 
 Karl
 Marx concorda que a mola propulsora do ser humano é o trabalho para
 se desenvolver e se construir a si mesmo, mas
 não concordava em sua dialética que se importava muito com o
 trabalho intelectual e não enxergava o trabalho físico, material.
 Com isso, Hegel não pode analisar a parte negativa do trabalho onde
 há a desenformação que era submetido em um estado social. O
 trabalhador é alienado daquilo que faz para se ter mais produção e
 ter a exploração necessária das classes dominantes – assim se
 tira o lado humano e se coloca o lado animalesco (reptiliano) – e
 os trabalhadores se alienam. Com as pessoas deficientes não seria
 diferente, se aliena os
 deficientes como se eles não podem trabalhar e nem estudar e
 transforma a uma lei, que deveria ficar em casa ou apenas aceitar
 qualquer emprego, que já
 está bom. A lei 8.213, a
 lei de cotas, já é uma lei idealista por natureza, pois determina
 que as empresas com mais de mil funcionários contratem 5% de
 deficientes. Mas se o Washington Olivetto em suas agencias
 de publicidade – é penas uma metáfora,
 agencias de publicidade não contratam deficientes – quiserem
 contratar 5% de pessoas
 mancas, está dentro da lei e não serão multados. Isso que
 acontece, a lei é totalmente hegeliana, porque ela pensa que não é
 uma questão de escolha que a pessoa vai contratar o deficiente, mas
 é um fruto de uma realidade objetiva, o que acontece e as
 secretarias dos direitos dos deficientes alimentam, que não acontece
 e há muita discriminação e má-fé por causa da alienação. As
 pessoas não sabem que temos que denunciar por discriminação, que
 se a empresa não contratar é porque está usando a lei com má-fé.
 
   
 
 
 
 
 A
 dialética marxista diz que após alguns homens terem o poder de
 meios de explorar o trabalho de outros homens – como ter maquinas e
 meios de comprar, mas muitas vezes, é explorado porque se paga menos
 por determinado trabalho – se criou classes sociais que os mais
 poderosos alienam os menos para exatamente o menos venderem o
 trabalho por preços menores. É o que acontece com o deficiente,
 coloca ele no nível baixo e
 lhe paga muito menos por causa da deficiência ou nem contratam
 dizendo que não encontram pessoas qualificadas. Qualquer objeto só
 é algo em si – incluindo as leis – quando se tem uma ação
 fruto de uma escolha e não pode ser só dependente de uma realidade
 objetiva, pois toda objeto só existe porque o ser humano modifica a
 mesma realidade. Se
 modifica, modifica por sua escolha e se escolhe e porque usa sua
 vontade e seus valores morais para obedecer determinações e então,
 não contratam porque não querem e usam de má-fé criando uma
 imagem de ignorância, mas não é. 
 
 
 
 
 
 
 Como
 diz o pensamento marxista, qualquer realidade que o homem consegue
 perceber ou criar é apenas parte de um todo. Todo
 problema que o ser humano se confronta é interligado um no outro, ou
 seja, a realidade deve ser percebida como um todo. Como o próprio
 Hegel frisa, a verdade é um todo. Quando analisamos a lei de cotas
 temos que analisar no tipo de sistema que ela está inserida e o
 porque não estão sendo contratadas as pessoas deficientes e não a
 intenção do contratante. Se pode treinar milhares de profissionais
 de RH, mas a visão do todo que vai determina se vão ou não
 contratar as pessoas deficientes. A cultura, infelizmente, determina
 muito os conceitos dominantes que chamamos de preconceitos. Então,
 os empresários não contratam por não querer obedecer a lei que vai
 contra os valores que acredita, então não adiante as secretarias
 criarem bancos de trabalhadores deficientes, tem que aplicar a lei e
 pronto. O resto é demagogia e má vontade. 
 
  
 
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