A Lenda do Cabeça de Cuia
(Folclore.com)
Na região Nordeste do Brasil conta-se essa lenda há muitos e
muitos anos. Trata-se da estória do Cabeça de Cuia que aqui passo a
transcrever.
Às margens do rio Parnaíba vivia Crispim um jovem garoto de
família muito pobre. Diz a lenda que certo dia, chegando para o almoço, sua mãe
lhe serviu, como de costume, uma sopa rala, com ossos que boiavam sobre o fraco
caldo, já que faltava carne na sua casa frequentemente. Nesse dia, porém, ele
se revoltou e no meio da discussão com sua mãe, atirou um dos ossos que nadavam
em sua sopa contra ela. O osso pontiagudo penetrou no crânio da pobre mulher e
em poucos minutos levou-a à morte. Antes de morrer no entanto, ela amaldiçoou o
filho a ficar vagando no rio com a cabeça enorme no formato de uma cuia, disse
ainda que ele vagaria dia e noite e só se libertaria da maldição após devorar
sete virgens, de nome Maria. Ao ouvir tal maldição, Crispim enlouqueceu e, numa
mistura de medo e ódio, correu ao rio Parnaíba, onde se afogou. Seu corpo nunca
foi encontrado e, até hoje, as pessoas mais antigas proíbem suas filhas virgens
de nome Maria de lavarem roupa ou se banharem nas épocas de cheia do rio.
Alguns moradores da região afirmam que o Cabeça de Cuia, além de procurar as
virgens, assassina os banhistas do rio e tenta virar embarcações que passam
pelo rio. Outros também asseguram que Crispim ou, o Cabeça de Cuia, procura as
mulheres por achar que elas, na verdade, são sua mãe, que veio ao rio Parnaíba
para lhe perdoar. Mas, ao se aproximar, e se deparar com outra mulher, ele se
irrita novamente e acaba por mata-las. O Cabeça de Cuia, até hoje, segundo se
conta, não conseguiu devorar nem uma virgem de nome Maria.
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