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Caótica Ana
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Caótica Ana, realizado em 2007 pelo espanhol Julio Medem, é uma viagem pela simbologia do feminino. É desenvolvida, sob várias formas, a ideia da mulher forte e lutadora. Ana é a protagonista desta longa metragem e, durante quatro anos da sua vida, passa por uma longa e dura metamorfose. As alterações na vida desta jovem vão-se dando através de uma contagem decrescente, semelhante à de uma hipnose. Esta organização fragmentada da acção tem uma explicação muito coerente: Ana não vive sozinha dentro do seu corpo. A sua existência comporta os espíritos de outras jovens, eventualmente as suas vidas passadas, que morreram após muito sofrimento, e é através de viagens ao seu subconsciente que estas almas sofridas ganham voz. Inicialmente Ana é a imagem da mais pura e doce simplicidade. É uma rapariga hippie, desligada dos bens materiais, e vive numa gruta com o seu pai. Tudo o que faz é pintar e contemplar a beleza da natureza. Mas a paz termina quando é encontrada por uma mecenas e é convidada a juntar-se a outros jovens artistas ou aspirantes a artistas para estudar e desenvolver o seu lado artístico. O contacto com outras almas criativas leva Ana a conhecer uma face do mundo que não conhecia antes e, pela primeira vez, apaixona-se. A sua curiosidade sobre o que a rodeia e sobre si mesma vai aumentando e, em simultâneo, começa a ter visões que não entende. Vivências que não foram as suas surgem-lhe diante dos seus olhos e ela não sabe como interpretar esse fenómeno. As imagens que a Ana vê são de várias e incógnitas mulheres a viver momentos de intenso sofrimento. É aqui que surge a hipnose como solução para o entendimento destas mensagens do seu subconsciente: Ana é a reencarnação de várias almas fortes de mulheres que morreram tragicamente, e cabe-lhe a ela quebrar essa corrente. E a grande parte do desenvolvimento da acção dá-se com a protagonista a descobrir momentos do passado da sua alma, e a entender progressivamente a perversão do ser humano. No final do filme Ana está física e psicologicamente transformada em outra pessoa: a inocência mostrada no início já não figura na sua imagem, mas sim a força e autonomia de uma mulher que já viveu muito. A metáfora é a palavra-chave para este filme. Há que ter em conta todos os elementos que remetem para a sagração da mulher como ser humano, da mulher como mistura de força, sensibilidade, sensualidade, arte, amor, da mulher como força da natureza prestes a desabrochar continuamente. E todas estas características ganham força com o grande e trágico desgosto que o realizador teve: a morte de Ana, a sua jovem irmã de apenas 20 anos. A protagonista do filme foi baptizada em homenagem a Ana Medem e todas as pinturas da personagem Ana são inspiradas no estilo artístico da falecida irmã do realizador. Caótica Ana foi considerado muito repetidamente como o pior filme de Julio Medem, e pode até sê-lo. Mas mesmo sendo o seu pior, é um filme excelente, cheio de conteúdo, e o lado pessoal e humano presente nele dá-lhe uma beleza única.



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