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A Sociologia Ambiental e a Controversia dos Clássicos
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Resenha:
Sociologia ambiental e a controvérsia
sobre os clássicos

Cristiano
L. Lenzi



A
proposta do autor é discutir a relevância dos clássicos das ciências sociais
para o campo da sociologia ambiental, uma área que traria questões novas.

O
principal ponto de critica é o suposto antropocentrismo dos clássicos em face à
complexidade das questões que a sociologia ambiental se propõe a analisar, uma
vez que aqui fatores extra-sociais estariam em jogo.

Sendo
assim, o autor principia por discutir este citado antropocentrismo,
primeiramente em Durkheim:

Este
teria dado legitimidade cientifica as ciências sociais, adotando um método
semelhante ao das ciências naturais. E, além disso, teria concebido a sociedade
como uma estrutura análoga a natureza.

No
entanto, as semelhanças parecem se encerrar por aí. A principal limitação da
obra de Durkheim em relação aos temas da sociologia ambiental reside no Fato Social,
conceito consagrado desse autor. Não na definição do mesmo, mas sim no alcance:

O
Fato Social seria tudo aquilo que a sociedade coage o indivíduo a fazer, sem
que ele se de conta de que está sendo coagido. Ocorre, no entanto, que a coerção
- um tópico importante para analise de Durkheim, uma vez que viver em sociedade
consiste, em grande medida, na repressão aos impulsos individuais egoístas (GIDDENS,
1977)- só se dá via sociedade, e nunca pela natureza.

Com
relação a Weber, Lenzi afirma que este autor compara a natureza com a sociedade
para que sejam ressaltadas as diferenças, ao contrario de Durkheim.

Na
obra do mesmo, a Ação Social é um conceito importante. Esse conceito diz
respeito à ação individual, que não se reduz a coerção, como no Fato Social,
mas vem imbuído de certa racionalidade, o que para Weber vem a ser uma espécie
de calculo de meios e fins, ou seja, o individuo calcula qual deveria ser o
procedimento mais adequado para atingir determinado objetivo.

A
partir daí, Lenzi infere que a crise ambiental seria fruto de uma
irracionalidade social, na medida em que a sociedade de consumo se ancora em
uma perspectiva de desejos infinitos. Para este fim, se aposta em um
desenvolvimento cada vez maior da tecno-ciencia, o que por sua vez tem se
mostrado como um agravante da crise, como afirma o autor.

E
por fim, Lenzi analisa a obra de Marx:

Aqui
haveria uma grande limitação devido ao fato de Marx centrar sua analise da
sociedade nas relações de trabalho.

Lenzi
diz que Marx não teria considerado a questão do ambiente em si, uma vez que a
natureza só adquire valor na medida em que é transformada pelo trabalho humano.
Em sua discordância com Malthus, Marx teria afirmado que a suposta escassez de
recursos apontada pelo primeiro, tratava-e de uma defesa da desigualdade social
e da manutenção dos privilégios dos proprietários de terras. Segundo Marx, a
mesma quantidade de terra poderia tornar-se mais produtiva com avanços
tecno-cientificos.

Embora
Marx tenha previsto certo grau de degradação social advindo dos males do
industrialismo, sua teoria não teria sido capaz de prever a dimensão atual da
crise ambiental. E o mesmo valeria para Durkheim e Weber, conforme afirma Lenzi
ao citar Giddens.

O
autor conclui por fim que até meados do século XX, as ciências sociais teriam
se focado nas relações sociais advindas das relações de produção e trabalho. A
sociologia ambiental, no entanto, deveria se focar em um modelo de
desenvolvimento econômico que não degradasse a sua própria base material (o
ambiente). Sendo assim, as teorias dos clássicos ainda seriam validas enquanto
geradoras de analises pertinentes, mas desde que sejam levadas em conta suas
limitações.



Referências



GIDDENS, A. El
Capitalismo y la Moderna Teoria Social. Barcelona: Labor, 1977.



LENZI, C. L. Sociologia
ambiental e a controvérsia dos clássicos. 13º. Congresso Brasileiro de Sociologia, 2007. Recife-PE.



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