Viagem Ao Paraiso
(Arthur C. Clarke)
Arthur C. Clarke - Viagem ao paraiso Imagine uma viagem ao espaço. Você entraria numa nave espacial, esperaria ansiosamente o fim da contagem regressiva, sentiria a pressão monstruosa do empuxo criado pelos motores para conseguir libertar a nave da gravidade da Terra e após minutos de exposição a essa força incrivel, você sentiria a liberdade inebriante da gravidade zero... só que, mesmo em tempos de turismo espacial ao estilo SpaceShipOne, ainda seria algo para poucos. Mas se o espaço fosse tão acessivel quanto o ultimo andar de um prédio, tudo mudaria - e é *justamente isso*, que o engenheiro Vannevar Morgan pretende mudar com seu projeto mais ousado: o Elevador Espacial. E a história de tal empreitada é narrada em maneira magnifica por Arthur C. Clarke em "As Fontes do Paraiso"... Meados do Seculo XXII. A humanidade têm colonias na lua e em Marte. O trafego espacial é muito alto, tendo efeitos nefastos no meio ambiente de nosso planeta. Os foguetes estão chegando os limites teoricos de desempenho. Projeções indicam que o volume de trafego espacial para os proximos anos crescerá assustadoramente, gerando uma pressão ecologica e economia sempre precedentes na sociedade, podendo parar todo o desenvolvimento futuro... será que a humanidade chegou num beco sem saída no momento em que partiria para as estrelas? Nesse momento da história, o embaixador especial Rajasinghe recebe em sua casa em Taprobana um engenheiro da Empresa de Construção Terraquea, o Dr. Vannevar Morgan, famoso por ter projetado uma ponte sobre o Estreito de Gibraltar, entre a Europa e a Africa. Rajasinghe, um homem cuja carreira foi ajudar que a humanidade a encontrar a paz e que agora só quer descansar em sua terra natal, fica curioso pelo interesse do engenheiro por seu país... Descobrirá que Morgan quer transformar a placida Taprobana no centro do Sistema Solar, o lugar para uma ponte para as estrelas... o Elevador Espacial... Imagine que você está em um satelite geoestacionário - aqueles que ficam "parados" sobre um lugar da Terra. Agora desça um cabo desse satelite até a superficie do planeta e o prenda no solo. Coloque um sistema para carregar coisas por esse cabo, como um elevador. Pronto, agora o espaço é tão acessivel quanto qualquer lugar da Terra, a um custo baixo por passageiro e sem problemas de poluição dos foguetes... Você deve estar pensando que é impossivel, não é? Idéia absurda? Nada disso, é fundada em fisica solida, e nesse mesmo instante a NASA começa a pesquisar a possibilidade de se construir tal sistema... Só que para Morgan poder realizar esse sonho, ele terá de enfrentar várias adversidades: a relutância de seus empregadores em se comprometer com o projeto (como o Senador Collins), a descrença do publico no conceito (e de técnicos, como o Dr. Donald Bickerstaff) e mas principalmente, o fato de que o unico lugar do mundo onde o elevador *pode* ser construido devido a particularidade do campo gravitacional terrestre é Sri Kanda, a Montanha Sagrada de Taprobana, cujo topo é ocupado a séculos por monges budistas... que tem direito perpetuo ao terreno... e há pessoas que defenderam isso implacavelmente, como o Dr. Choam Goldberg/Parakarma. Isso para não contar com o adversário definitivo, a própria Natureza, uma adversária honesta mas implacavel, sempre disposta a se proveitar dos erros e da arrogância dos seres humanos, como ela demonstrou muito bem em 7 de novembro de 1940, com a Ponte do Estreito de Tacoma... Ao mesmo tempo que Morgan e seus aliados como o embaixador Rajasinghe e a famosa jornalista Maxine Duval lutam para que o Elevador Espacial se torne realidade, conhecemos a historia de Yakkagala, o surpreendente e misterioso palacio do Rei Kalidasa, um rei parricida da epoca do imperador romano Adriano que estava determinado a criar um céu na terra para si mesmo e a influência que a passagem de Sideronauta, uma sonda aliengena automatica inteligente, teve na humanidade... e todas essas histórias se juntam se forma coerente e bem amarrada. Num tempo em que a ciência e a tecnologia são vistas como um inimigo, "As Fontes do Paraiso" é surpreendentemente refrescante com o otimismo tecnologico de Clarke - a tecnologia pode criar problemas, Clarke não nega isso, mas também ela é a nossa unica arma para resolve-los e criar um mundo mais limpo, mais justo, um mundo melhor, um mundo onde ter esperança no amanhã não é um erro mas algo bonito. Seja com a descrição do "escritório do futuro" (que já está no nosso dia-a-dia), seja com a concepção do Elevador Espacial, Arthur C. Clarke em "As Fontes do Paraíso" nos lembra que podemos sonhar com o incrivel, pois algumas vezes... o incrivel é possivel...
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