Resumo de O Homem - Aluisio de Azevedo

Magdá morava com seu pai Sr. Conselheiro Pinto Marques, a tia Camila e Fernando. Conselheiro Pinto Marques era um homem alto, fibra seca, olhos vivos, calvo, tinha uma expressão inteligente e aristocrata. Era extremamente preocupado com Magdá. Tia Camila era uma solteirona velha, muito devota, esquisita de gênio e sem jeito nenhum para fazer sala. Uma verdadeira barata de sacristia, como lhe chamava Dr. Lobão, médico da casa.Quando Magdá nasceu Fernando já morava na casa e tinha cinco anos. Fora seu companheiro de infância e cresceram juntos. Desde muito cedo habituaram-se ambos à idéia de que nunca pertenceriam senão um ao outro. Todos sabiam que Fernando era afilhado do seu pai , adotara por compaixão e a quem mandara instruir ? estudou Medicina.Um belo dia, seu padrinho chamou-o e disse que Magdá era sua irmã. Observava-lhe com referência a Magdá uma certa ternura que não parecia inspirada só na amizade. Fernando sorriu e fez-se um pouco vermelho, passou a olhar Magdá com olhos fraternos, mostrava frieza na amizade e tentava esconder seu amor por ela. Ela sentia que Fernando estava cada dia mais distante, e em breve viria a formatura acompanhada pelo casamento dos dois, conforme havia prometido Fernando. Magdá não tinha olhos para mais nenhum homem, somente para Fernando, apesar de ser ainda muito jovem, apenas com quinze anos. Fernando se forma e comunica que partiria daqui a dias para a Europa e não sabia quando voltaria. Magdá caiu em crise de choro. Ameaça se casar com o primeiro pretendente, Fernando não admitiu ir embora e deixá-la naquele estado. Pediu que o conselheiro contasse a verdade. Ainda na cama, Magdá abraçou Fernando aos prantos, afinal eram irmãos.O conselheiro promovia bailes para que a filha se divertisse e conhecesse novos rapazes. Dr. Lobão fazia-lhe visitas e perguntava sobre a alimentação, sobre os namorados. Durante os bailes Magdá dançava a noite toda. O tempo passava e Magdá era uma mulher feita. Dr. Lobão sempre cobrava um marido. Queira casar sim, mas casar bem, como dizia em gíria de boa sociedade. Queira escolher um homem de gênio suportável, com um pouco de mocidade e uma fortuna decente! Bastava-lhe isto! Uma má noticia veio enlutar a casa: a morte de Fernando ? problemas nos brônquios, faleceu em Portugal. Magdá começou a ter pesadelos com Fernando e durante o dia não dizia uma palavra sobre o assunto. O Conselheiro promoveu novos bailes, com orquestras, muita bebida... apareceram diversos pretendentes. Após várias tentativas de casamentos, Magdá resolveu que não casava mais. Decidiram que ela viajasse. Europa. Voltou mais devota que nunca, decidira que seria freira. O conselheiro ficou revoltado com a idéia. Tia Camila gostou da reação da sobrinha: casa-se com Jesus Cristo! Muitas vezes, durante as orações, confundia Jesus com Fernando. Foi aconselhada a viver em outro arrabalde mais campestre, onde não houvesse igrejas por perto. Iriam refugiar-se na Tijuca, num casarão antigo de aparência tristonha e com mato virgem. Lá Magdá acordava tarde e continuava com febre e nervosa .Gostava de ficar olhando pela janela os trabalhadores na pedreira, apreciava aquela rica exibição dos músculos tesos que saltavam com o peso do macete e do furão de ferro, e daqueles corpos nus e suados, que reluziam ao sol como se fossem de bronze polido. Não saía do quarto, não comia e andava rabugenta. Tia Camila estava muito doente. A morte da velha Camila.A chegada da nova criada: Justina. Magdá curiosa com a simpatia de Justina quis saber como vivia. Magdá continuava a olhar pela janela os trabalhadores da pedreira... Ela pediu ao pai que a acompanhasse até no alto da pedreira. Ele ficou surpreso mas acompanhou a filha. O caminho era estreito e difícil, o cascalho rolava solto. No topo, um cavouqueiro assustado pela coragem da moça, ofereceu para conduzi-la, era um moço de vinte e cinco anos, vigoroso e belo de força. Estava nu da cintura para cima. O rapaz passou um dos braços pela cintura de Magdá e com o outro a suspendeu de mansinho pelas curvas dos joelhos, inclinando-a sobre seu peito. Ela deitou no ombro dele. Durante a descida, teve cuidado para não rolar pedras abaixo.Quando o moço, já em baixo, a colocou num banco de pedra que ali havia, a enferma abriu de todo os olhos, deixou escapar um grito e cobriu logo o rosto com as mãos. Não podia encarar aquele homem de corpo nu que ali estava defronte dela, a tirar com os punhos o suor que lhe escorria pela testa. Magdá ficou desorientada e com vergonha do moço, pois nunca tinha visto um home nu. Sonhava todas as noites com o ocorrido, o homem não saía da sua memória; mesmo quando descobriu que era noivo de Rosinha e que chamava Luís.Nisso Justina sempre trazia noticias do casal: Rosinha e Luís, e o casamento se aproximava, faltava somente a chegada da cama que eles ganhariam do padrinho Antônio Pechinchão. Chegando o presente eles se casaram. Magdá ouviu a festa a noite toda através da janela.Após muito sofrimento, Magdá convidou o casal para uma visita e que daria um presente, preparando-lhes uma surpresa: serviu-lhes vinho envenenado, matando seu amado junto com seu sonho. Magdá foi levada à Casa de Detenção, delirava no caminho. Ficou lá dentro sozinha, a roncar como uma fera encarcerada... o pai viu fecharem-lhe a jaula, mais sucumbido do que se aquela porta fosse a lousa de um túmulo.

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