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Genesis
(The Bible)

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A CRIAÇÃO FORA DO GÉNESIS

O primeiro livro da Bíblia que compreende o ?Pentateuco?, e que designaram de ?Génesis? é uma diegese fantástica que atravessa a Humanidade há vários milénios. Nesta narrativa o autor procurou responder a uma mão cheia de questões que preocuparam e continuam a preocupar o Homem, nomeadamente: ?De onde viemos? Qual o destino que nos espera? Este livro tem um reflexão interna do povo de Israel que, como qualquer povo coetâneo, que enveredou por uma religião monoteísta, como o povo egípcio, no tempo de Aton, que sentiu as profundas reformas de Amarna e, logo a seguir com reestruturação religiosa e política do faraó Amnófis IV[1]. Creio que está nestas mudança a base de pensar dos ocidentais. S. Herrmann defende que o monoteísmo é mais que uma crença em Deus ser-absoluto, transcendental, na ubiquidade e na omnipresença.
Esta ideia não cabia no pensamento dos Romanos e nem era óbvia para os Gregos. Os Egípcios especularam o aparecimento do universo numa evolução progressiva do Caos. Tal como na Mesopotâmia e, mais tarde, com os Hebreus.
Os Egípcios tinham Atum, desde os primórdios ? se assim pudemos dizer -um deus criador, um deus primordial. Um deus que gerou pela masturbação, em Heliópolis, Shu (ar) e Tefnut[2] (Humidade). Este casal gerou dois filhos: Geb (Terra) e Nut (céu), seguem-se as gerações Osíris e ísis, depois Seth e Nephthys. Mais tarde, os pensadores de Mênfis com a Enéada criaram o pensamento de Ptah, E assim, o pensamento originando o mundo. Repare-se agora num texto de Amon:
?Tu és o deus que veio à existência pela primeira vez,
(?) Tu abres os teus dois olhos?
e a luz vem à existência para todo o homem.
(?) Firmas o céu pelo teu braço direito,
(?) Tu és o que põe no mundo os deuses
Que põe no mundo os homens,
que põe no mundo tudo o que vive,
(?.)
E as árvores de fruto para os henememet.
Fez aquilo de que vivem os peixes do rio
e as aves que povoa o céu.(..)
Veja a analogia admirável na ?Criação do Mundo?:
«No princípio, quando Deus criou os céus e a terra, a terra informe e vazia(?)
?Deus disse: «faça-se a luz.? E a luz foi feita. Deus viu que a luz era boa.?
O Grande Hino do Cairo una a criação e providência. E Amon é:
?O pai dos deuses, que fez os homens,
que criou o rebanho, Senhor do que existe,
que criou as árvores de fruto que
fez o forragem para nutri o gado?.
?Deus disse: «Que a terra produza verdura, erva com semente, árvores frutíferas que dêem frutos sobre a terra, segundo as sus espécies, e contendo semente.» E Assim aconteceu? Isto no terceiro dia.
Numa aparência de desmistificação do Génesis, vejamos o texto de Enuma Elish, encontrado na brilhante biblioteca de Assurbanípal, na cidade de Nínive[3], onde encontramos uma relação da feitura do mundo com momentos da vida da comunidade e do homem, visto por Speiser[4]:
Em Enuma elish lemos ? O espírito divino e matéria cósmica coexistem/ O caos primitivo. Tiamat envolvida em escuridão/ A luz que emana dos deuses/ a criação do firmamento/a criação da terra seca/ a criação de luzeiros/a criação do homem/ os deuses descansam e celebram?,
No Génesis temos: ?o Espírito divino cria a matéria cósmica/ a vastidão informe. A trevas cobrem o abismo./ a criação do firmamento/a criação da terra seca/ a criação de luzeiros/a criação do homem/ deus descansa e santifica o sétimo dia.?
Podíamos ainda acrescentar um texto da Babilónia, que nos relata que o homem é criado de barro misturado com sangue de um deus esquartejado, no qual vemos uma correspondência com o Adão bíblico.
A cosmogonia nestas culturas, fora da criação bíblica, apresenta um substrato e a linguagem mítica que encontramos no Génesis, cuja escrita se confronta como um belo poema. Provavelmente, como diz T.H. Gaster ( em "Mito, leyenda e costumbre en el libro del Genesis") poderemos vir a descobrir estes mitos também em culturas africanas e nas lendas dos arborígenes da Austrália.josemanuelteixeira




[1] «Henotheismus ist in Montheismus Umgeschlagen» de H. Hornung, pág. 246.

[2] «Estudos de cultura Pré-Clássica», José Nunes Carreira, Editorial Presença, pág. 16

[3] Nínive (anteriormente designada por Ninua) cidade da antiguidade, na altura capital do Império Assírio (aprox. 705-612), à beira do rio Tigre).

[4] In ?Génesis?, de E.A. Speiser, Garden City, Nova Yorque, 1964, pág. 10



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