Nasce Uma Esperança
(consolo)
Se hoje eu fizesse essa pergunta, o que é mais importante para você?Muitos responderiam minha casa, meus filhos, minha esposa (o), meu carro, as crianças responderiam meu skate, vídeo game, bicicleta, brinquedos e alguns poucos responderiam minha saúde. Porque será que teríamos respostas variadas?Porque nossa escala de valores é diferente de um cidadão para o outro e por outro lado também depende do momento em que estamos vivendo.Se estivermos enamorados e apaixonados é evidente que a pessoa mais importante seria a namorada.Porém se estamos ligados a nossa família, aí a resposta muda automaticamente, são meus pais, meus irmãos, meus avós. Como brasileiro é fanático por carro para muitos o bem mais importante seria o carro, para aqueles que têm espírito aventureiro seria viver viajando e se possível sem assumir compromissos, sem hora para acordar, sem hora para dormir, outros não gostariam de ter o nariz que têm ou a barriga, ou quem sabe a face, porém se você estivesse em uma cama de hospital o bem mais precioso seria a saúde. Muitos conseguem até refletir. Ah se eu pudesse voltar atrás não teria fumado, bebido, passado noites em claro. Qual é o seu sonho?Como muitos outros eu gostaria de voltar ao tempo e ser criança novamente, apesar das muitas dificuldades, gostaria de poder brincar eternamente sem me preocupar com o amanhã, o contato com os amigos, as brincadeiras inocentes, as conversas infindáveis e as muitas histórias criadas de última hora, como tínhamos imaginação. Como não podemos interferir no percurso da vida, nos resta apenas lembrar e contar, contar e contar nossas histórias para que todos possam também participar quem sabe um pouquinho das nossas aventuras e desventuras.Imagine essa situação: a morte se apossar da vida de dois irmãos com idade ainda muito tenra, uma outra irmã por questões financeiras fosse obrigada a morar com uma tia em uma cidade distante, ela com apenas 10 anos de idade e para piorar ainda mais a situação a vida pregasse uma outra peça em você, seus pais viessem a falecer? Sabe aqueles pesadelos que você começa a cair num abismo sem fim, olha ao redor e não têm onde segurar, e continua caindo, caindo, caindo, tenta desesperadamente agarrar a primeira coisa que aparecesse em sua frente, mas nesse momento nada aparece você chega até a sentir aquele friozinho na barrica tornando ainda mais real a cena, você tenta acordar, mas não consegue, seus olhos estão pesados, sua voz tenta sair, mas suas cordas vocais insistem em não vibrar. Depois de muito tempo você acorda suado, roupa molhada como se tivesse saído de uma luta de boxe, ou de um treino exaustivo horas e horas a fio.O chão nesse momento desaparece debaixo dos seus pés. Órfão, não sendo aceito por aqueles que o cercam, e ainda ter que ouvir justificativas incabíveis como essa: não podemos aceitar você porque você não tem estudos e com essa idade fica difícil poder fazer algo. Como eu posso aceitar alguém que sempre viveu rodeado por marginais? Esse com certeza no futuro será um bandido. Puxou o pai, um boêmio que vivia com o violão debaixo dos braços nos botecos e só vinha para casa quanto estava bastante embriagado, logicamente na manhã seguinte.A sociedade nos rejeita e tenta justificar a rejeição usando argumentos através de imagens refletidas no espelho e procuram encontrar traços que possam lembrar alguém que fracassou por sucessivas, mas felizmente para nosso conforto tudo não passa apenas de uma simples imagem refletida. Comparam-nos, nos moldam e tentam determinar o nosso destino num jogo de adivinhações sem precedentes. Quando erram ficam desesperados e fazem à velha pergunta para si mesmo. Onde será que eu errei, poderia jurar que teria o mesmo fim desse ou daquele indivíduo? Por outro lado nós também cometemos o mesmo erro e justificamos os nossos fracassos com essa justificativa. Há se me dessem oportunidade, eu viraria o mundo de cabeça para baixo. Se me dessem oportunidade voaria mais alto do que a águia. Por muitas vezes euindaguei, se me derem à oportunidade de estudar serei um vencedor. Não é fácil admitir que não somos fruto do meio onde vivemos. A psicologia afirma que somos fruto do meio onde vivemos e em função dessa ?descoberta? não se admite que pessoas saiam do primeiro degrau da escada e suba até o último. A própria sociedade se encarrega de satisfazer os desejos de uma minoria reforçando os aspectos negativos dos mais carentes e exacerbando por vezes aqueles mais abastados.As oportunidades são poucas num universo tão imenso como o nosso e mesmo antes de começar já estamos na lona, derrotados, pisoteados, coração sangrando de dor, inertes no chão e sem condições de levantar.Em função dessas ocorrências eu pergunto entre tantas outras perguntas. O que você faria? Ao não conseguir suprir as necessidades básicas que qualquer ser humano deveria ter direito, passando fome, frio, sozinho numa grande cidade como São Paulo, por vezes perambulando pelas com destino incerto.Quantas e quantas noites tive como única companheira as estrelas e a solidão e como único consolo apenas a imensidão do universo. Solidão que insistia em me acompanhar tentando uma aproximação sorrateira, causando revolta e confusão em minha mente.
Resumos Relacionados
- Como Sair Da Cama Imediatamente Após O Despertador Tocar
- Vida Adolescida!
- Nelly
- O Desastre Da Separação Conjugal
- ConheÇa A Parte Importante Do Seu Corpo
|
|