Movimentos Sociais
(LUXJUS)
Movimentos Sociais w A Revolta da Vacina: os projetos modernizantes da elite política brasileira não levavam em conta os interesses populares. Foi o que aconteceu no Rio de Janeiro. A demolição de cortiços do centro da cidade desalojou famílias, afastou trabalhadores das proximidades dos seus locais de trabalho, destruiu tradicionais espaços populares de sociabilidade e provocou uma alta espantosa dos aluguéis. Por tudo isso, o clima era de tensão quando Oswaldo Cruz colocou em prática o seu plano de vacina obrigatória. Some-se a isso a desinformação sobre os reais efeitos da vacina. Juntando tudo isso, teremos a explicação para a revolta que ocorreu na cidade. A principal razão da revolta foram as condições de miséria que as elites dominantes impunham à população. w A Guerra de Canudos: o processo de modernização nos últimos anos do século XIX atingiu, de forma diferenciada, as diversas regiões do País. A decadência nordestina se acentuou com a crise econômica iniciada na década de 1870. Uma série de anos de seca só piorou a situação. Se até então os pequenos lavradores, trabalhadores livres e vaqueiros encontravam trabalho e proteção dos grandes latifundiários, com a crise eles se viram abandonados. Um dos efeitos da crise foi a formação de bandos de cangaceiros que, numa rebeldia primitiva e violenta, atacavam e saqueavam vilas, cidades e fazendas. O mais famoso bando de cangaceiros foi o do Capitão Virgulino, ou Lampião. Em Canudos, um arraial no interior do estado da Bahia, o líder religioso, Antônio Conselheiro, juntou muitos seguidores, alarmando os fazendeiros, o clero católico e as autoridades. Por isso, foram mobilizadas formidáveis forças repressivas contra o arraial. Conselheiro foi considerado um perigoso monarquista pelos representantes da República recém-instalada. Depois de um ano de resistência e várias derrotas impostas às forças repressivas, a "Aldeia Sagrada" foi varrida do mapa. w A Guerra do Contestado: no Sul, mais especificamente em uma região reivindicada por Santa Catarina e pelo Paraná, a população pobre sofreu o impacto da modernização com a construção da estrada de ferro da Brazilian Railway e a implantação da Southern Lumber, ambas norte-americanas, que expulsava os pequenos posseiros das terras onde viviam. Os grandes latifundiários aproveitaram-se da situação para aumentar suas propriedades. Da mesma forma que na região nordestina, essa situação de crise social deu origem a um movimento messiânico de trágicas conseqüências: a Guerra do Contestado. Os seguidores do monge João Maria foram tratados com feroz violência pelos poderes constituídos. Foram considerados fanáticos e monarquistas que conspiravam contra a República. Ao final, poucos sobraram. w A Revolta da Chibata: a Marinha brasileira, dominada pelos setores mais conservadores e reacionários da sociedade, exigia uma disciplina férrea dos marinheiros, quase sempre de origem humilde. A "lei da chibata" era um castigo aplicado aos marinheiros por qualquer atitude considerada indisciplinada. Na noite de 22 de novembro de 1910, marinheiros do navio Minas Gerais, sob a liderança de João Cândido, depois chamado o Almirante Negro, se rebelaram e assumiram o comando da embarcação, matando vários oficiais. Estes marinheiros queriam o fim da "lei da chibata". Os marinheiros rebelados ameaçaram bombardear a cidade do Rio de Janeiro, caso não fossem atendidos. A princípio, as reivindicações foram aceitas e os marinheiros anistiados. Depois de depostas as armas, eles foram duramente castigados. De positivo resultou a abolição da chibata na Marinha, e a prova da capacidade de organização e liderança de um homem do povo. Fracassada a Revolta do Forte de Copacabana, Artur Bernardes tomou posse da Presidência da República. Teve, porém, de enfrentar uma nova revolta tenentista, a Revolução de 1924. A revolta, lideradapelo general Isidoro Dias Lopes, pelo tenente Juarez Távora e por políticos, como Nilo Peçanha, eclodiu em São Paulo, também no dia 5 de julho. Com uma tropa de aproximadamente mil homens, os revolucionários ocuparam os lugares mais estratégicos da cidade de São Paulo. O governo paulista fugiu da capital, indo para uma localidade próxima, de onde pôde organizar melhor a reação contra os rebeldes. Recebendo reforços militares do Rio de Janeiro, preparou uma violenta ofensiva. O general Isidoro Dias Lopes, percebendo que não tinha mais condições de resistir, decidiu abandonar a cidade de São Paulo. Com uma numerosa e bem armada tropa, formou a Coluna Paulista, que tinha como objetivo continuar a luta contra o Governo, levando a revolução para outros estados do Brasil. A Coluna Paulista seguiu em direção ao sul do País, onde se encontrou com uma outra coluna militar, liderada por um jovem capitão do exército, Luís Carlos Prestes, que ficou conhecido conhecido como Cavaleiro da Esperança.
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