Um Diário Russo
(John Steinbeck, Robert Capa)
O livro é um relato de uma viagem feita pelo escritor Steinbeck e pelo fotógrafo Capa meio por acaso, num período em que os dois estavam sem trabalho, depois de uma daquelas conversas de bar que se pensa não darão em nada. Essa deu. As fotos são magníficas. A descrição da vida das pessoas na União Soviérica de Stalin, em 1947, mal havia terminado a Segunda Guerra Mundial, é impressionante. E há um tempero adicional. Os dois companheiros de viagem são pessoas completamente diferentes. Quando um quer dormir o outro quer trabalhar. Enquanto um toma longos banhos o outro gosta de fazer tudo rapidamente. Entre as descrições do mundo que os dois americanos vão descobrindo são inseridos capítulos em que um comenta os hábitos do outro - e a irritação que lhes causam. O resultado é que o livro - na verdade um diário - consegue ser ao mesmo tempo chocante e até cruel, e divertido, caricatural. Revela o país sofrido, destruído mas ainda esperançoso; e as idiossincrasias de duas figuras estelares do jornalismo do século XX. Pelas informações, pelas imagens, pelo valor histórico, pela qualidade do texto coloquial e leve, por tudo em fim, é uma daquelas obras que não podem faltar na lista de prioridades dos aficcionados da leitura.
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