A Majestade Do Xingu
(Moacyr Scliar)
O livro A Majestade do Xingu, de Moacyr Scliar, se inicia com a vinda dos imigrantes judeus para o Brasil, em 1921. Além disso, retrata a situação social da então Rússia até a Revolução Socialista. A história é contada por um narrador sem nome que revive a vida do médico russo Noel Nutels, um homem dedicado a atender os índios do Xingu. Sabe-se que o narrador é pai de Ezequiel, outro médico que vai para a França terminar seu mestrado. O narrador e Nutels se conhecem desde crianças, dentro de um navio que saía da Rússia fugindo para o Brasil. A narrativa começa quando o narrador, internado numa Unidade de Tratamento Intensivo, após sofrer um infarto, passa a contar a vida do Xingu. O livro é a história do médico Nutels que vivenciou as causas indígenas, chegando a ingressar num curso para a campanha nacional contra a tuberculose. Torna-se diretor do Serviço de Unidades Aéreas para os Problemas dos Índios. Vai, então, trabalhar na região dos rios Tocantins, Xingu e Tapajós. Nutels, também, é especialista em malária. Cuida dos índios e é prontamente recebido por eles. Fica mais importante para os selvagens quando salva a vida de Kalapalo, uma indiazinha da tribo. Bem aceito pela tribo, ele passa a desenvolver um trabalho de preservação das raízes indígenas. O título do livro A Majestade do Xingu é uma alusão que o narrador faz ao nome da loja que ele cedera a Nutels por admirar o trabalho dele com os índios Nesta loja há mistura do real com o imaginário. O romance é narrado em primeira pessoa, traz estilo didático, fornecendo aos leitores um vasto panorama da situação política do Brasil desde o início do século XX, com ênfase, sempre, na questão indígena. A ironia e o humor estão presentes em toda a obra. O romance está repleto de personalidades e fatos ilustres da história do País, como Ariano Suassuna, Jorge Amado e Rubem Braga. Há, ainda , uma riqueza de personagens que nos impressiona e nos envolve. João Antônio da Silva, o João Mortalha é um dos principais protagonistas. Ele e o russo Noel Nutels estavam em campos opostos. O primeiro era forasteiro e estava interessado nas terras indígenas. Já Noel defendia os índios, bravamente. No desenrolar da história, João Mortalha resolve disseminar varíola entre os índios, contaminando suas roupas. Uma verdadeira guerra biológica! Uma grande luta para Noel Nutels. São, ainda, personagens: Ana ( irmã do narrador, realiza o sonho do pai e forma-se em psicologia), Ezequiel ( filho do narrador, mau líder na escola, mas se endireita e forma-se em medicina), Paulina ( esposa do narrador; separa-se e volta para Israel), Sarita ( vizinha do narrador; filha de pais ricos, mas de grande simplicidade), Iracema ( irmã de João Mortalha, envolve-se com o narrador), Pajé ( rival de Noel Nutels pois ele, como médico, acaba com o curanderismo), Bertha ( mãe de Noel, dona da pensão onde se hospedam Ariano Suassuna, Rubem Braga e Jorge Amado), Eliza ( prima e companheira de Noel, nas suas aventuras pelo Alto Xingu, em 1940). Como podemos perceber, a obra de Scliar aborda a questão indígena e nos faz admirar o trabalho majestoso do médico Noel Nutels. O autor Moacyr Scliar é escritor e médico sanitarista. Escreve contos, romances, biografias e crônicas. Ele, mais do que ninguém, conhece a luta de um médico. Por isso retrata tão bem a trajetória do personagem Noel Nutels.
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