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A Nova Era E A Revolução Cultural
(Olavo de Carvalho)

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A Nova Era e a Revolução Cultural
Olavo de Carvalho

Em ?A Nova Era e a Revolução Cultural?, o erudito e surpreendente filósofo autodidata Olavo de Carvalho expõe a uma análise racional arrasadora duas teorias, ou melhor, ideologias extremamente influentes entre muitos intelectuais da atualidade: a Nova Era do Físico austríaco Frtjof Capra, autor do livro ?O Ponto de Mutação?, obra muito bem recebida no Brasil; e o marxismo gramisciano, corrente ideológica tão cara à universidade brasileira, a qual tem exercido grande influência sobre alguns dos pensadores mais propalados do establishment acadêmico pátrio, tais como Leandro Konder e Fernando Henrique Cardoso.
Examinando no primeiro capitulo o livro ?O Ponto de Mutação? de Capra, Olavo identifica uma série de erros de interpretação histórica e previsões furadas do futuro, refutando ponto por ponto a idéia esposada pelo autor de que a humanidade experimenta um turning point a partir do qual enveredará por uma Nova Era. Para Capra, as três principais mudanças que ocorreriam, inaugurando uma nova Idade na História humana são as seguintes: 1) a humanidade abandonará o consumo de combustíveis fósseis, adotando o modelo da energia solar; 2) o fim do patriarcado e 3) a substituição do paradigma cientificista para o paradigma holístico.
A primeira profecia não se cumpriu, inobstante expirado o prazo previsto por Capra. As demais apenas demonstram uma interpretação histórica muito tosca e sem fundamento nos fatos. Primeiro, Capra ignora um fenômeno que os estudos sociológicos tem demonstrado: o aumento do poderio técnico sobre a natureza levando à substituição da civilização baseada na propriedade rural pela industrial solapa as bases nas quais se assenta o patriarcado. Desde a Revolução Industrial e da revolução Francesa, paulatinamente, a desigualdade formal e material entre homens e mulheres tende ao nível zero. Em verdade, o patriarcado, ao menos nas sociedades abertas ocidentais desenvolvidas, foi extinto há muitas décadas. Além disto, Capra aponta a cultura chinesa antiga como um exemplo de anti-patriarcalismo, incorrendo num equívoco palmar como bem observa Carvalho. Por fim, a extinção do paradigma cientificista, um paradigma que dominaria o universo mental do ocidente ?desde muitas centenas de anos.? Aqui, mais uma vez, Carvalho revela a visão histórica míope e daltônica de Capra. O tal paradigma cientificista, além de recente, datado do século XIX para cá, jamais foi hegemônico na cultura ocidental. O paradigma seria composto por três elementos: 1) a crença de que o método científico é a única abordagem válida do conhecimento (positivismo); 2) a concepção do universo composto apenas de unidades materiais elementares (mecanicismo) e 3) a vida em sociedade como uma luta competitiva pela existência (darwinismo social). Como bem explana Carvalho, o mecanicismo nunca foi um consenso, recebendo as críticas do gigante Leibniz já em seu nascimento e um golpe de morte de Plank, Heisenberg e Einstein. O positivismo, a seu turno, seria apenas uma das correntes influentes no ocidente até ser finalmente refutada por Husserl no século XX e o darwinismo social, datado do século XIX, somente teria logrado sucesso nos EUA.
Na segunda parte da obra, Carvalho se dedica a uma crítica do gramscismo. O gramiscismo é um misto de teoria social e estratégia revolucionária. A teoria lastreia a estratégia e corresponde ao ?historicismo absoluto?, segundo o qual nenhuma idéia, teoria filosófica, valor ou crença religiosa tem valor em si mesma, mas apenas enquanto referidas a um momento histórico. Não há verdadeiro e falso, mas apenas ideologia representativa ou não dos interesses de uma determinada classe social num dado momento histórico. Se as idéias, crenças e valores são assim entendidos, então nada impede que o estrategista revolucionário as manipule, modifique e suprima segundo a conveniência de sua revolução. Assim propõe uma revolução que atue modificando a superestrutura ideológica da sociedade pela ação dos intelectuais orgânicos da esquerda, antes mesmo de se empreender um golpe revolucionário por cima, pelos meios políticos e militares tradicionais. O ideólogo de Turim acredita que somente assim, através conquista da hegemonia ideológica, será possível o triunfo do comunismo, pois a mera conquista do poder político mostrou-se ineficaz e desastrosa na experiência soviética.
Carvalho acusa a teoria gramisciana de ser um grande e pernicioso engodo filosófico, pois tal como o ceticismo que, negando toda certeza, nega a si mesmo, o gramiscismo, reduzindo toda a verdade a ideologia de classes ou ?expressão de aspirações?, reduz-se a si mesmo a tal. Já a adoção da estratégia conduziria à destruição ou à deformação de séculos de construção da cultura ocidental.
No capítulo final da obra, Carvalho busca traçar as notas comuns às duas ideologias estudadas, chegando a enumerar nove pontos comuns, dentre eles o ?historicismo absoluto? e a propensão à transformar a realidade antes de compreendê-la. De um lado a letargia bovina da Nova Era representada pelo símbolo bíblico de Beemoth, de outro o prometeanismo revolucionário, representado por Leviatã. No fundo, as duas ideologias seriam variantes do ?mito mais querido da ilusão moderna: o mito da revolução, do apocalipse terreno.?



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