Retrato Da Fé
(Chico xavier)
Ao homem que tombara em desalento, crendo-se velho, inútil e sozinho, Deus permitiu que pudesse escutar, certa feita, grande árvore seca, mas de pé, que lhe falou nun cântico de fé, à beira do caminho: - Amigo, ergue-te e segue... Deus nos vê. Não perguntes por que A velhice aparente nos recobre... Muitos passam aqui, parando na viagem Lamentam-me a nudez, dizem-me triste e pobre, Entretanto, aindo guardo a seiva da esperança e da coragem que Deus criou em mim. Um dia fui esplêndido jardim, os pássaros cantavam nos meus braços, depois voavam devorando espaços, Em seguida, tornavam da distância a me pedirem ninhos! Com que amor lhes guardava os filhotinhos! Louvava ao Excelso Pai por minha mocidade e orava a oferecer-lhe a minha gratidão sob a forma de flores do júbilo profundo. Quando se tem no mundo a paz no coração Deus aceitava as minhas preces, Transformando-as em frutos para todos aqueles que passassem... Quantos homens vieram e os colheram! Muitos nobre e bons, outros fracos e brutos que me varavam, galho a galho, sem refletirem no trabalho que Deus tivera em me formar... Mas nada perguntei a eles quanto a isso, Todos somos de Deus para a luz do serviço tendo por privilégio o dom de trabalhar. Minha copa era grande, era um vestido Todo ele a vibrar, entretecido de folhas semelhantes a esmeraldas... Por isso mesmo, ante o verão candente, alegrava-me ouvindo a voz de tanta gente que me buscava o teto, assim como se busca a brandura da fonte. Quando o sol nos ofusca, lembrando águia de fogo fugindo sem cessar aos pouso do horizonte! Depois o tempo veio... Tudo parece haver levado! Meu corpo agora é nodulado e feio. Mas creio em Deus e firmo-me de pé, porque Deus certamente me deseja para qualquer tarefa bem fazeja... Talvez este meu corpo feio e nodulado possa servir de apoio certo e amigo para algum pássaro cansado que esteja ao desabrigo. Não sei qual é o destino a que o céu me conduz Se algum machado bronco surgirá de repente, a decepar-me o tronco, para que eu volte ao alto em espiras de lume na forma de calor ou de perfume, em alguma fogueira que me aguarde E nem sei se serei aproveitada em singela choupana que me acolha mais tarde, para ajudar a nobre vida humana! Nada sei do porvir, sei que pertenço a Deus e que devo servir... O homem que se cansara sem razão levantou-se do chão, fitou o mundo em torno! Do verme ao firmamento e do lodo ao cascalho Tudo era vida e luz, regozijo e trabalho... No pranto de emoção que a alegria lhe dava ao coração, exclamou para os céus: - Sê louvado, Senhor!... Num lenho que julguei largado e semimorto, deste-me nova fé, visão, auxílio e reconforto! Perdoa-me, Senhor, a rebeldia, esquece todo o mal que fiz nos erros meus! E pelo doce amor que esta árvore a sós, entesoura e irradia, Obrigado, meu Deus!
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